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A experiência da maternidade, a mais bela forma de Amar

Desde que fui mãe percebi o quanto não sabia o que era Amar.

E quanto o Amor é inquantificável…

Desde este momento que a minha capacidade em me anular se tornou uma das mais fáceis transformações a que me posso submeter para bem do próximo.

E foi aqui que as primeiras interrogações de quem somos e para onde vamos começaram a invadir a minha mente.

Nas horas sem fim em que o único adulto és tu na companhia de tão belo ser, começas por observar tão perfeito milagre e a questionar do porquê deste momento ter um fim, de que a morte de tão perfeito ser pode acontecer…. E todo este idílico instante deu lugar a um vazio incalculável…E foi exactamente aqui que reuni todas as condições para dar início à descoberta da razão de Tudo.

Hoje vivo numa tranquilidade absoluta em relação à morte e aprendi a quantificar o quanto os seres humanos não sabem Amar.

Ser mãe é dar lugar à vida, é libertar-se da sua identidade, é libertar-se das suas vontades… É ser para o outro…

É aprender Amar sem questionar, é ter momentos de absoluta alienação por já não saber quem é, é deixar de ser “menina” para ser mulher.

Foi aqui que comecei a crescer, foi aqui que me tornei sensível, foi aqui que a minha compaixão desabrochou, foi aqui que despertei para a razão de viver, foi aqui que me comecei a dar valor pelo facto de ser Mulher.

Penso que uma grande parte das mulheres descobre com a maternidade o quanto o Amor é tão maior do que aquele que até ali tinham conhecido. É agora que todos aqueles que a cercam estão à “prova” e rapidamente percebemos que muito poucos são aqueles que conseguem atingir o nível de Amor de uma mãe. Para mim não foi fácil aceitar que assim é, tive muitos momentos em que queria ter uma mãe ali a dar-me colo, por vezes senti-me tão criança quanto os meus filhos. E percebi que também estou a crescer, que em vez de dois filhos às vezes somos três, e como gosto de me sentir tão pequenina quanto eles, onde as obrigações e anseios do futuro passam a não existir… e nos momentos de maior carência aprendo a Amar-me como os Amo a eles.

Obrigada meus filhos por me darem a oportunidade de vos observar e de crescer aprendendo a Amar e irradiar esta aprendizagem a todos aqueles que me chegam. As vossas carências como crianças são as mesmas de tantos adultos que não foram amados e que por aí caminham na amargura.

É meu desejo que todas as mães, assim como eu, Amem os outros como se fossem vossos filhos, porque poucos têm a capacidade de Amar incondicionalmente, tal e qual uma mãe. E não é por acaso que temos este papel, nem é para usá-lo só em prol dos nossos, mas sim com todos.

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