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Expansão de equipas comunitárias de saúde mental é essencial

A comissão de acompanhamento na área da saúde mental concluiu num relatório que a expansão da rede de equipas comunitárias em todo o país é determinante para garantir a resposta adequada às pessoas afetadas pelos incêndios.

“A expansão da rede de equipas comunitárias de saúde mental a nível de todo o país, tal como se encontra preconizado no plano nacional de saúde mental, é o fator determinante para garantir um apoio adequado aos indivíduos mais vulneráveis das populações atingidas”, concluiu o relatório final da comissão de acompanhamento às populações afetadas pelos grandes incêndios de 2017, a que a agência Lusa teve acesso.

A comissão entende que a saúde mental deve ser “parte integrante das respostas em situação de emergência e catástrofe”, sendo que deve ser contemplada em todas as fases de desenvolvimento de planos globais.

Nesse sentido, o relatório defende que deve ser estruturado “rapidamente um modelo de respostas de saúde mental”, que esteja integrado com as respostas gerais em situação de emergência e catástrofe, com níveis de coordenação “claramente identificados”, e assente, “em termos de prevalência antecipável das perturbações, nos cuidados de saúde primários”.

O plano de respostas deverá ter em conta as fases pré-crise (preparação), a fase imediata após o evento e a fase de estabilização.

A comissão considera que é necessário que os serviços locais de saúde mental constituam um núcleo local de resposta a catástrofes, formado por um médico, um enfermeiro, um psicólogo e um assistente social, com formação específica nesta área.

“Este núcleo tem como responsabilidade articular com um núcleo semelhante dos ACeS [Agrupamentos de Centros de Saúde] e com o gabinete de crise da ARS [Administração Regional de Saúde]”, refere, considerando que a referenciação de casos deve ser feita sempre que possível às equipas comunitárias de saúde mental.

Para um plano desta ordem, a comissão afirma que é necessário avançar com programas de formação dirigida aos profissionais no terreno, sendo que a sua ausência poderá ter um impacto negativo na forma como as pessoas lidam com uma situação de emergência.

No entanto, o relatório reconhece que a implementação de um sistema de formação “é incompatível com a proximidade temporal do verão”.

Por isso, numa perspetiva de contingência, defende a difusão do documento “Primeiros Cuidados Psicológicos: Guia para profissionais no terreno”, da Organização Mundial de Saúde.

No relatório, é ainda sublinhado que o desenvolvimento de respostas de saúde mental em situações de emergência e catástrofe “não deve ser encarado como um atributo da responsabilidade exclusiva do setor da saúde, mas sim como um processo colaborativo”, envolvendo múltiplos agentes, desde as entidades governamentais e passando pelas comunidades.

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