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Exército Nacional Líbio diz que avião pertencia a operação da UE e que vai devolver piloto

O Exército Nacional Líbio (ENL) afirmou hoje que o avião abatido no sul de Tripoli pertencia à Operação Sophia, da União Europeia, e garantiu que devolverá imediatamente o piloto, de origem portuguesa, noticia o canal Al Arabiya.

“Preocupamo-nos com a segurança do piloto português e tratamo-lo como convidado e não como prisioneiro. O que aconteceu foi um erro devido ao estado de guerra em que vivemos e vamos entregá-lo à Operação Sophia imediatamente”, diz o porta-voz do ENL Ahmed Mismari, em comunicado citado pela estação.

Segundo o ENL, do marechal Khalida Haftar, o aparelho abatido era um avião de vigilância usado para monitorizar as rotas de tráfico de migrantes no Mediterrâneo.

A operação Sophia tem como missão a identificação, captura e eliminação de navios usados ou suspeitos de serem usados para o tráfico de migrantes no Mediterrâneo.

“Vamos entregar o piloto português ao seu país imediatamente após tratados os seus ferimentos, e agradecemos o trabalho dos nossos irmãos europeus na luta contra a imigração ilegal”, acrescentou Mismari.

As forças leais ao marechal Khalida Haftar anunciaram inicialmente ter abatido na Líbia um avião das forças leais ao Governo reconhecido pela ONU e capturado o piloto, que afirmaram ser de origem portuguesa, segundo noticiou então a agência turca Anadolu.

Contactada pela agência Lusa no momento em que surgiu a informação da captura de um cidadão de origem portuguesa, fonte oficial do Ministério da Defesa disse que “não se trata de qualquer militar que esteja integrado numa operação da Força Aérea naquela zona”.

O ENL divulgou imagens do piloto, que parece ferido, e numa dessas fotografias pode ver-se o comandante das operações militares do ENL na região oeste, general Abdessalem al-Hassi, acrescenta a AFP.

Num vídeo do suposto piloto, um dos combatentes do ENL pergunta-lhe em inglês se é militar e ele responde: “Não. Sou um civil”.

A Líbia tem sido vítima do caos e da guerra civil desde que, em 2011, a comunidade internacional contribuiu militarmente para a vitória dos diferentes grupos rebeldes sobre a ditadura de Muammar Khadafi (entre 1969 e 2011).

Os combates opõem as forças do Governo de Acordo Nacional, reconhecido pela comunidade internacional, ao Exército Nacional Líbio proclamado pelo marechal Haftar, homem forte do leste líbio que ordenou, em 04 de abril, a conquista da capital, Tripoli.

Segundo as Nações Unidas, os confrontos já causaram pelo menos 432 mortos, 2.069 feridos e mais de 55 mil deslocados.

Os dois lados acusam-se mutuamente de recorrer a mercenários estrangeiros e de beneficiar do apoio militar de potências estrangeiras.

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