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Execução sumária de mulher no Afeganistão motiva manifestação com mais 100 pessoas

afeganistao_execucao_sumariaA execução sumária duma jovem de 22 anos, acusada de adultério, provocou uma manifestação no Afeganistão que, apesar de pequena na dimensão, surpreende por contestar abertamente a tradição talibã e reclamar justiça junto dos governantes.

Uma jovem de 22 anos, chamada Najiba, foi assassinada a tiro numa pequena localidade na província de Parwan, a cerca de 100 quilómetros ao norte da capital do Afeganistão. A execução provocou uma manifestação em Cabul que, apesar de pequena na dimensão (terão participado cerca de 100 pessoas, com as mulheres em maioria), não teve medo de exigir justiça num país onde os talibã ainda atuam com impunidade.

“A execução de uma mulher pelos talibãs é um crime. O Governo deve fazer tudo para levar os culpados aos tribunais. É seu dever fazer justiça”, referiu a deputada Shyikai Karaojail, comentando a manifestação que decorreu entre o Ministério das Mulheres e a Praça Zanbaq.

Após o crime, as autoridades do país ‘desculpabilizaram’ os autores dos disparos, alegando que este tipo de sentenças foram normais quando o regime era controlado pelos talibã, entre 1996 e 2001. Durante a execução, filmada por telemóvel, conseguem-se ouvir gritos de “viva o Islão” e “vivam os mujahedines”, os guerrilheiros talibã.

Para além de exigirem justiça, os manifestantes demandaram ao presidente Hamid Karzai e ao Governo para regularem os direitos das mulheres, em vez de apenas lamentarem os incidentes. Os exemplos encontravam-se no protesto, como Sahar Gul, a adolescente de 15 anos que foi torturada pela família do marido durante seis meses, ou a jovem (cujo nome não foi revelado) de rosto queimado com ácido por rejeitar um casamento forçado.

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