Economia

Ex-diretor de risco remete más decisões na Caixa para administrações

O diretor de risco da Caixa Geral de Depósitos (CGD) entre 2010 e 2017, José Rui Gomes, disse hoje que o organismo que liderava fez o seu papel e que as decisões de crédito cabiam aos administradores.

“A decisão, como já foi explicado, cabia e cabe sempre aos elementos da gestão, aos senhores administradores, que têm a responsabilidade e, portanto, também têm de ter o poder de decisão”, disse José Rui Gomes durante a sua audição na comissão parlamentar de inquérito recapitalização e gestão da CGD.

Quando questionado pelo deputado do PCP Paulo Sá se tinha participado nos conselhos de crédito e alargados de crédito, José Rui Gomes disse que não tinha participado em tais reuniões.

Mais tarde, o deputado comunista disse que o ex-responsável não estava a ter uma “postura colaborativa” com a comissão parlamentar, algo que o depoente recusou.

O ex-responsável disse que o departamento de risco da CGD fazia o seu trabalho de forma “cada vez melhor, ao identificar riscos e sugerir mitigações”, mas não deixou de admitir que “terá havido falhas no risco, com certeza”.

José Rui Gomes disse ainda que o órgão a que presidia teve sempre independência e nunca se sentiu “inferiorizado” pelas suas sugestões não serem acolhidas pelas administrações.

“Em qualquer parecer, de uma forma independente, sempre propusemos os melhores mitigantes para o risco”.

O ex-diretor disse ainda a Duarte Marques (PSD) que estava de “consciência tranquila”, uma vez que desempenhou “as funções da melhor forma que soube”.

José Rui Gomes explicou também que na direção de gestão de risco “o tema rentabilidade não era considerado naquilo que eram os fatores de risco das operações”.

O antigo responsável concordou que o risco estava exclusivamente do lado do banco público em alguns empréstimos a Joe Berardo.

O deputado do PSD Duarte Pacheco disse ainda que a narrativa de José Rui Gomes na sua audição “é ‘copy-paste’ [copia e cola] dos administradores da Caixa”, e que lhe “fica mal” tal postura, uma vez que a direção de risco alertou por várias vezes para o risco elevado das operações da CGD.

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