Os ex-combatentes das Forças Armadas apelaram hoje para não serem esquecidos pelo povo e pelo Estado, recordando que, há mais de 40 anos, lutaram pela pátria e em prol da paz.
No 26.º encontro nacional, que decorreu junto ao Monumento aos Combatentes do Ultramar, em Belém, centenas de ex-militares e familiares prestaram homenagem aos que combateram e combatem por Portugal.
O vice-almirante João Pires Neves, presidente da comissão executiva do encontro destacou a importância das forças armadas, no passado e no presente, para a paz e os custos disso.
“As gerações dos nossos filhos e as seguintes não deixarão esquecer que Portugal e as suas forças armadas contribuíram para a paz no mundo”, disse.
O vice-almirante lembrou que os combatentes do ultramar tinham cerca de 20 anos quando foram obrigados a ir para a guerra e a lutar pelos interesses da pátria.
“Apesar das forças armadas agora estarem diferentes, os valores são os mesmos. A moral, coragem, integridade, disciplina que levam ao respeito pelo ser humano, à compaixão e à justiça”, acrescentou o responsável pela comissão executiva.
Alguns ex-combatentes presentes na cerimónia lamentaram o que apelidaram de “abandono” por parte do Estado e a falta de ajudas a quem no ultramar lutou nos anos 60/70 pelo país, pedindo apoios sociais e para a saúde.
As reivindicações são antigas e os ex-combatentes do ultramar continuam a insistir que merecem mais apoios na área da saúde, lembrando que atualmente a média de idades de quem esteve em Angola, Moçambique, Guiné e outros países ronda os 70/80 anos.
À semelhança dos anos anteriores, o Presidente da República, que assinalou o 10 de Junho em Portalegre, enviou uma mensagem escrita que foi lida por João Pires Neves.
Marcelo Rebelo de Sousa começou por homenagear todos os portugueses que sacrificaram a vida no cumprimento do dever e por um inestimável serviço à pátria.
“Esse elevado gesto de generosidade deve comprometer a vida de todos nós num permanente combate pelos princípios que determinam o nosso projeto comum: uma sociedade livre, fraterna e justa”, lia-se na missiva.
Para o Presidente da República, as experiências de guerra e as “indeléveis consequências ao longo da vida” tornam legítimo “conceder o direito” de ouvir os ex-combatente.
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