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Ex-comandante afirma que objetivo dos assaltantes de Tancos eram as munições 9 mm

O coronel Joaquim Vieira Esperança, ex-comandante do regimento de infantaria de Tomar, disse hoje acreditar que o objetivo dos assaltantes dos paióis de Tancos, em 2017, era roubar as munições 9 mm.

“Em minha opinião pessoal, o objetivo [do furto] eram as munições de 9 mm”, afirmou, até com base “em conversas com camaradas”, o coronel que comandou entre 2013 e 2016 um dos regimentos responsáveis pelo patrulhamento dos paióis, numa audição na comissão parlamentar de inquérito ao furto de material militar em Tancos.

Sem deixar de considerar “muito grave” o furto do material dos paióis de Tancos, nomeadamente por causa das munições de 9 mm, o coronel, na reserva, relativizou a perigosidade dos restantes armamentos, referindo que algum dele foi considerado obsoleto e que a “quantidade de explosivos” furtado não justifica a alteração do nível de alerta do país.

Uma das missões era controlar as entradas na base e a vigilância dos locais, mas os soldados do seu regimento não tinham acesso ao interior dos 18 paióis existentes em Tancos, explicou.

A segurança dos paióis era feita por militares cedidos pelo regimento de Tomar, Brigada de Reação Rápida e Brigada Mecanizada.

O furto do material militar, entre granadas, explosivos e munições, dos paióis de Tancos foi noticiado em 29 de junho de 2017.

O caso do furto de armas em Tancos ganhou importantes desenvolvimentos em 2018, tendo sido detidos, numa operação do Ministério Público e da Polícia Judiciária, sete militares da Polícia Judiciária Militar (PJM) e da GNR, suspeitos de terem forjado a recuperação do material em conivência com o presumível autor do furto.

Entre os detidos está o diretor da PJM e um civil (que já foi militar), principal suspeito da prática do furto, encontrando-se ambos em prisão preventiva, num caso que levou à demissão de Azeredo Lopes do cargo de ministro da Defesa e cujas implicações políticas levaram à criação de uma comissão parlamentar de inquérito.

Em setembro, após a investigação do Ministério Público à recuperação do material furtado, designada “Operação Húbris”, que levou às detenções, foi anunciada pelo CDS-PP a constituição de comissão de inquérito parlamentar, aprovada apenas com a abstenção do PCP e do PEV.

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