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Eutanásia: Brittany Maynard engana o “terrível” tumor no cérebro

A primeira escolha confirmou-se. Brittany Maynard morreu mesmo a 1 de novembro, em casa e junto da família. “É o dia que escolhi para passar com dignidade esta fase da minha doença terminal, este terrível tumor no cérebro”, justificou a mulher que optou pela morte assistida.

Brittany Maynard tornou-se conhecida quando escolheu o dia 1 de novembro para morrer. Sofria de um tumor cerebral incurável e pretendia despedir-se da vida “com dignidade”, o que a levou a mudar-se para o Oregon, um dos poucos estados dos EUA onde a eutanásia é legal.

Há poucos dias, esta norte-americana, de 29 anos, admitia estar a mudar de ideias. A forma como o cancro estava a avançar levou-a a acreditar que podia passar mais algum tempo com a família e os amigos. Mas a doença manteve a marcha e Brittany Maynard decidiu ser ela a escolher a morte assistida, evitando que fosse o cancro a ter a palavra decisiva.

Como anunciado da primeira vez, o último sábado, 1 de novembro, foi mesmo o dia escolhido para morrer. Porém, só ontem é que a família confirmou que a mulher tomou a medicação (legal e prescrita) para por termo à vida.

“Ela vai viver nos nossos corações”, escreveu a irmã, Erica Holmes-Kremitzki: “Voa com os anjos, Brittany. Sei que vais cuidar de todos nós”.

“Adeus a todos os meus queridos amigos e família, que eu amo. Hoje é o dia que escolhi para passar com dignidade esta fase da minha doença terminal, este terrível tumor no cérebro que tirou tanto de mim”, despediu-se Brittany Maynard, com uma mensagem publicada no Facebook.

“O mundo é um lugar bonito, viajar tem sido o meu maior professor, os meus amigos mais próximos os meus maiores doadores. Enquanto escrevo esta mensagem tenho um círculo de apoio à volta da minha cama… Adeus mundo. Espalhem boas energias”, reforçou.

Na página da The Brittany Fund, onde a mulher fez campanha pela morte assistida, um obituário recorda-a como “uma viajante aventureira e bem-sucedida, que passou muitos meses vivendo sozinha e dando aulas em orfanatos em Katmandu, no Nepal”.

“Essa experiência mudou para sempre a sua perspectiva em relação à infância, felicidade, privilégio e resultados. Ela adorou esse período no Vietnam, Camboja, Laos, Singapura e Tailândia. Passou um verão trabalhando na Costa Rica e viajou para a Tanzânia, onde escalou o Kilimanjaro com uma amiga antes do casamento”, refere ainda a nota.

Quando lhe foi diagnosticado um glioblastoma, Brittany Maynard soube que lhe restavam cerca de seis meses de vida. A mulher opto então por morrer em casa, “no quarto que divido com o meu marido” e junto da família.

Como residia em San Francisco, na Califórnia, não podia optar pela eutanásia. A solução foi a mudança da família para o Oregon, o primeiro estado norte-americano a legalizar o suicídio assistido para pacientes em estado terminal, no ano de 1997.

Desde então, a eutanásia só é permitida nos estados de Washington, Montana, Vermont e Novo México.

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