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Eurogrupo vai reunir para “coordenar” resposta ao Covid-19

O presidente do Eurogrupo, Mário Centeno, convocou para quarta-feira, dia 04 de março, uma teleconferência para “coordenar as respostas nacionais” de cada país da União Europeia devido à epidemia do Covid-19, na sequência dos “recentes desenvolvimentos” económicos e financeiros.

“Para fazer um balanço dos recentes desenvolvimentos económicos/financeiros e coordenar as respostas nacionais à propagação do #Covid-19, decidi organizar uma teleconferência do Eurogrupo + (incluindo Estados europeus não-membros [da organização])”, escreveu o também ministro das Finanças de Portugal na rede social Twitter.

A reunião terá a participação dos 19 Estados europeus que integram o Eurogrupo e dos restantes países da UE que não adotaram o euro como moeda.

A Comissão Europeia pediu hoje aos Estados-membros da UE que avaliem os impactos económicos do novo coronavírus, visando coordenar uma análise destas consequências na indústria e empresas do espaço comunitário.

Em comunicado divulgado, o executivo comunitário informa que o comissário europeu da Indústria, Thierry Breton, “solicitou aos Estados-membros que enviem [à Comissão] dados agregados sobre o impacto nas cadeias de abastecimento”.

O objetivo é “coordenar uma análise em toda a UE dos efeitos do surto na indústria e nas empresas europeias”, explica Bruxelas.

Já na quinta-feira, Thierry Breton anunciou que Bruxelas já estava a preparar, caso se torne necessário, “medidas de apoio” aos setores económicos enfraquecidos pelo Covid-19, mas não especificou as possíveis ajudas.

De acordo com o responsável europeu, muitos setores estão a ser afetados pela epidemia, desde logo o turismo, porque “os chineses não vêm para a Europa há dois meses”.

Segundo o comissário europeu da Indústria, 250 mil turistas chineses não viajaram para a UE entre janeiro e fevereiro, o que representou uma redução de dois milhões de dormidas, afetando também as transportadoras aéreas europeias.

A estes acrescem setores com redes de produtos ligadas à China, como “automóveis, saúde, aparelhos eletrónicos, madeira ou brinquedos”, precisou Thierry Breton.

“E este é apenas o começo”, comentou, frisando ser ainda “muito cedo para medir o impacto exato” do Covid-19.

Os ministros da Economia da Europa, reunidos na quinta-feira em Bruxelas, agendaram novo encontro para daqui a um mês com o objetivo de fazer um balanço.

A Organização Mundial de Saúde aumentou hoje para “muito elevado” o nível de ameaça do novo coronavírus, que já infetou cerca de 79.000 pessoas na China e mais de 5.000 no resto do mundo.

Se a China era até há recentemente o único foco mundial do novo coronavírus, o risco multiplicou-se com o surgimento de novos casos em países como a Coreia do Sul, o Irão e a Itália.

Segundo a OMS, cerca de 50 países estão agora afetados.

O Covid-19, detetado em dezembro na China e que pode causar infeções respiratórias como pneumonia, provocou pelo menos 2.858 mortos e infetou mais de 83 mil pessoas, de acordo com dados reportados por meia centena de países e territórios.

Das pessoas infetadas, mais de 36 mil recuperaram.

Além de 2.788 mortos da China, há registo de vítimas mortais no Irão, Coreia do Sul, Itália, Japão, Filipinas, França, Hong Kong e Taiwan.

Dois portugueses tripulantes de um navio de cruzeiros encontram-se hospitalizados no Japão, devido à infeção pelo Covid-19.

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