Mundo

Eurodeputada pede investigação a Farage devido a doações de empresário britânico

Uma eurodeputada britânica liberal está a pedir que o eurocético Nigel Farage seja investigado pelo Parlamento Europeu por não ter comunicado doações do empresário Arron Banks, principal financiador da campanha a favor do Brexit, segundo os ‘media’ britânicos.

A eurodeputada Catherine Bearder fez o pedido de uma investigação formal sobre as doações recebidas por Farage, atualmente líder do Partido Brexit (força política que lidera as intenções de voto nas eleições europeias no Reino Unido), numa carta endereçada ao presidente do Parlamento Europeu (PE), Antonio Tajani, documento ao qual o jornal britânico The Independent teve acesso e citado hoje pelo site Politico.

“Nigel Farage diz que é um homem do povo que enfrenta uma elite corrupta, mas ele tem sido pouco transparente sobre o seu estilo de vida luxuoso”, referiu Catherine Bearder, em declarações ao jornal britânico.

“Espero que haja uma investigação parlamentar completa para apurar porque é que estas alegadas viagens e subsídios não foram declarados de acordo com as regras parlamentares”, reforçou a eurodeputada britânica.

A imprensa britânica noticiou que Nigel Farage terá recebido doações na ordem das 450 mil libras (512 mil euros) do empresário Arron Banks, um dos co-fundadores do grupo Leave.UE, grupo de oposição à permanência do Reino Unido na União Europeia (UE).

De acordo com o britânico Channel 4 News, Farage não reportou ao Registo de Transparência do PE tais doações de Banks, nas quais estavam incluídas “um carro com um motorista, a renda e as despesas de uma casa em Chelsea e viagens luxuosas para os Estados Unidos”.

Farage, antigo líder do UKIP (Partido para a Independência do Reino Unido) e um dos principais rostos da campanha para a saída do Reino Unido da UE (Brexit), negou tais alegações, segundo o Channel 4 News.

Mas, um porta-voz de Arron Banks confirmou, à estação britânica BBC, o montante total das doações, acrescentando que tinha sido “uma honra ajudar”.

Caso o eurodeputado Nigel Farage tenha infringido as regras, poderá enfrentar uma coima na ordem das 10 mil libras (cerca de 11,3 mil euros) e uma suspensão de dois a 30 dias.

A eurodeputada liberal Catherine Bearder lembrou ainda que a britânica Agência Nacional Anticrime (NCA, na sigla em inglês) está a investigar Arron Banks e o valor que este alocou à campanha do pró-Brexit.

Uma recente sondagem para as eleições europeias indicou que o Partido Brexit de Nigel Farage lidera as intenções de voto no Reino Unido com 34 por cento, mais do que o Partido Conservador e o Partido Trabalhista juntos.

De acordo com o estudo de opinião, o partido de Farage conseguiu aumentar a vantagem sobre o Labour (Trabalhistas), de Jeremy Corbyn, que está em segundo lugar, com 21 por cento das intenções de voto.

Em terceiro lugar surgem os Liberais-Democratas, de Vince Cable, com 12 por cento das intenções de voto, à frente dos Tories (Conservadores) da primeira-ministra, Theresa May, com apenas 11 por cento.

O Reino Unido tinha inicialmente como data de saída da UE 29 de março, mas, na falta da aprovação do acordo pelo parlamento, a UE aceitou prolongar o prazo até 31 de outubro.

O Reino Unido pode sair em qualquer data antes desse novo prazo, mas, não o fazendo até 23 de maio, é legalmente obrigado a participar nas eleições para o PE.

Os britânicos votam nas europeias na próxima quinta-feira (dia 23 de maio) e elegem 73 eurodeputados.

As eleições europeias são realizadas de 23 a 26 maio nos 28 países da UE.

Em destaque

Subir