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EUA, Reino Unido e Noruega preocupados com aplicação de acordo de paz no Sudão do Sul

A ‘troika’ composta por EUA, Reino Unido e Noruega advertiu hoje que o tempo para a aplicação do acordo de paz no Sudão do Sul “está a ficar escasso” e que a formação de um governo pode estar em risco.

“A menos de quatro meses do prazo para o fim de um período pré-transitório, em novembro, o tempo está a ficar escasso”, advertiu a ‘troika’, num comunicado hoje divulgado, acrescentando: “Ainda que haja progresso, a ausência de dinâmica para implementar totalmente o acordo de paz pode ameaçar uma formação bem-sucedida de um governo de transição e perspetivas futuras do processo de paz”.

Nesse sentido, os três países apelaram a todas as partes para “redobrarem os seus esforços” para resolverem os assuntos restantes “mais importantes”, entre os quais consta a reforma da segurança.

“Juntamo-nos à região e à sociedade civil do Sudão do Sul no apelo ao envolvimento entre o Presidente, Salva Kiir, e o dr. Riek Machar”, afirmou a ‘troika’.

Ainda assim, no documento divulgado pelo Departamento de Estado norte-americano, a ‘troika’ destaca “a quebra significativa de violência política e a presença de muitos opositores políticos em Juba [capital sul-sudanesa]”, fatores que recebeu com agrado.

A ‘troika’ reafirmou ainda “o seu compromisso” com o processo de paz no Sudão do Sul, liderado pela Autoridade Intergovernamental para o Desenvolvimento (IGAD).

A nomeação de Stephen Kalonzo como enviado especial do Quénia ao Sudão do Sul foi também outro passo valorizado pela ‘troika’, que considerou que este é uma importante demonstração do compromisso de um país do IGAD.

“Para que o processo de paz continue credível, é importante que as partes demonstrem o seu compromisso com a paz e alcancem as garantias que fizeram em maio”, disse a ‘troika’.

“A ‘troika’ continua do lado do povo do Sudão do Sul e anseia por trabalhar com o Governo transitório mandatado pelo acordo de paz para apoiar um período de transição bem-sucedido”, concluiu o comunicado assinado pelos três países.

O Sudão do Sul, com maioria de população cristã, obteve a sua independência ao separar-se do Norte árabe e muçulmano em 2011. No entanto, a partir do final de 2013, o país entrou num conflito civil, provocado pela rivalidade entre o Presidente, Salva Kiir, e o seu então vice-presidente, Riek Machar.

As partes formaram um Governo de unidade nacional em 2016, que caiu poucos meses após a formação devido a um reinício da violência, tendo essa sido a primeira tentativa de pacificação do jovem país africano.

O acordo para a criação de um Governo unitário com os rebeldes, aprovado em setembro, foi o mais recente de uma série de acordos entre o executivo de Salva Kiir e os rebeldes liderados por Machar desde o início de uma guerra civil, em 2013.

Desde o início do conflito, a guerra civil sul-sudanesa matou dezenas de milhares de pessoas, deslocando cerca de quatro milhões, e arruinando a economia do jovem país rico em petróleo.

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