Está declarada a falência de Detroit, cidade dos EUA que já solicitou proteção judicial para se defender dos credores e deixou de fazer pagamentos. Localizada no estado do Michigan, Detroit passa a ser a maior cidade norte-americana a cair na bancarrota.
Detroit foi, noutros tempos, um centro de indústria por excelência, mas foi perdendo força, tendo apenas metade da população que registava na década de 60. o município perdeu grandes grupos empresariais, que deixaram de criar emprego em Detroit, com efeitos, necessariamente, nas receitas fiscais, que foram decaindo ao longo dos tempos.
A cidade, localizada no estado do Michigan, acaba de declarar falência, passando a ser a maior urbe norte-americana a cair na bancarrota. O município, afundado em dívidas, já solicitou proteção judicial para se defender dos credores.
“O único caminho para que Detroit estabilize e volte a ser uma cidade sólida é pedir a proteção de credores. Os habitantes de Detroit merecem que se defina um caminho claro, que permita à cidade sair deste ciclo, em que os serviços públicos perderam eficácia”, sustentou Rick Snyder, governador do estado do Michigan, numa missiva que acompanha a declaração de falência.
Estima-se que as dívidas de Detroit – cidade que já deixou de fazer pagamentos, desde junho – tenham atingido os 18,5 mil milhões de dólares (cerca de 14 mil milhões de euros).
Já foi também nomeado um gestor especialista em processos de bancarrota, que tem pela frente a difícil tarefa de reestruturar a dívida de Detroit e repor a ordem financeira da cidade norte-americana. Rick Snyder nomeou esse gestor há alguns meses.
“Chegou a hora de enfrentar a realidade: a cidade não consegue pagar as suas dívidas e está insolvente”, afirmou Snyder, ainda que manifeste esperança na recuperação financeira de Detroit.
Associados às questões financeiras, estão outros problemas na cidade, que apresenta agora uma taxa de homicídio muito mais elevada. Há 40 anos que a criminalidade não atingia os valores atuais, tornando Detroit numa das mais perigosas cidades dos EUA.
Os próprios cidadãos são vítimas da bancarrota da cidade. Um terço das ambulâncias estão paradas, muitos dos veículos dos bombeiros estão avariados.
A cidade tem 78 mil edifícios devolutos, 40 por cento da iluminação pública não funciona e a cidade tem apenas 700 mil habitantes. A polícia demora cerca de uma hora a responder a pedidos de socorro, o que contrasta com a média norte-americana: 11 minutos.