Três homens encapuzados surgem num vídeo, divulgado na edição online do jornal basco ‘Gara’, e leem um comunicado, datado de 20 de outubro de 2011.
“A organização socialista de libertação nacional, através desta declaração, dá a conhecer a sua decisão: a ETA acredita que a Conferência Internacional realizada recentemente em San Sebastian, é uma iniciativa de grande significado político”, diz um dos etarras.
“A ETA decidiu o pôr termo à sua atividade armada e apela aos governos de Espanha e França para abrirem um processo de diálogo direto, tendo em vista a resolução dos problemas e, desse modo, superar o conflito armado”, acrescenta.
O anúncio de atividades terroristas surge numa altura em que a ETA enfrenta graves dificuldades, cada vez mais isolada na sua luta armada, e sem meios para enfrentar as forças de combate ao terrorismo, em Espanha.
No entanto, outras razões são apontadas para o cessar-fogo. Segundo a organização terrorista, existe “a oportunidade de solucionar, de forma justa e democrática, o conflito político, sem violência, sem repressão e apenas com diálogo”. Está aberto um “novo ciclo”.
Os separatistas bascos, com esta declaração considerada “histórica”, mostram um “compromisso firme”, apelando à sociedade basca para que se envolva num “processo de construção de paz e liberdade”.
A ETA tomou a decisão como “reconhecimento da vontade da maioria dos cidadãos bascos” e respeito pela mesma, após “uma luta que provocou muitas mortes e durou demasiados anos”. A partir de agora, “o caminho não será fácil”.
A resolução do conflito, sublinham, “tem o apoio de amplos setores da sociedade basca e da comunidade internacional”. E lembram: “Ao longo dos anos, acumulámos experiência e força para enfrentar este caminho. É hora de olhar em frente com esperança. Também é hora de agir com responsabilidade e coragem”.
A decisão de pousar as armas surge três dias após aquela Conferência Internacional, em San Sebastian, que teve como ponto essencial um pedido de representantes internacionais para que a ETA pusesse termo à violência e aos ataques terroristas, que em 51 anos provocaram cerca de 800 vítimas mortais.
Veja o comunicado, em vídeo:
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