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Estudo revela que pelo menos 48 por cento da população da Venezuela vive em pobreza

Pelo menos 48 por cento dos venezuelanos vive em pobreza, segundo um estudo realizado por três das principais universidades do país que revela um aumento de dois pontos percentuais em relação à análise realizada em 2017.

O Estudo sobre as Condições de Vida (Encovi) foi realizado pela Universidade Católica Andrés Bello (UCAB), a Universidade Central da Venezuela e a Universidade Simón Bolívar.

O Encovi foi divulgado sexta-feira, no âmbito da 3.ª Feira do Livro do Oeste, em Caracas, pela diretora do Instituto de Investigações Económicas e Sociais da UCAB, Anitza Freitez, que chamou a atenção para a existência de dificuldades na medição da pobreza devido ao quadro de hiperinflação no país.

Segundo Freitez, o estudo abrangeu seis mil venezuelanos e revela uma degradação das condições de habitação, serviços básicos, no padrão de vida, educação e proteção civil, com 94 por cento dos entrevistados a responderem que não têm como enfrentar o custo de vida.

O Encovi permitiu ainda determinar que apenas 29 por cento dos lares venezuelanos têm água todos os dias, dos quais 25 por cento registam falhas de várias horas no abastecimento diário de energia elétrica, quando em 2017 os casos representavam 15 por cento.

O estudo demonstra que em 2014 o abandono escolar também aumentou, com “mais de 76 por cento da população compreendida entre os 18 e 24 anos” a migrar das universidades privadas para as públicas, devido à impossibilidade dos pais em assumirem os custos educativos.

Por outro lado, a falta de alimentação no lar, a falta de alimentação nas escolas, a falta de transporte e falhas no abastecimento de água, são fatores que têm contribuído para o absentismo escolar infantil, que atingiu 35 por cento.

O desemprego aumentou em relação ao ano anterior e, apesar de mais de três milhões de venezuelanos terem emigrado, as oportunidades de trabalho continuam a descer, sublinhou Anitza Freitez.

O estudo foi realizado entre os meses de julho e setembro e 63 por cento das pessoas disseram estar a receber algum tipo de ajuda estatal.

O Encovi estima que subiu de 12,6 milhões (em 2017) para 16,3 milhões o número de venezuelanos que recebem periodicamente uma caixa de alimentos a preços subsidiados pelo Estado.

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