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Estudo mostra que metade dos inquiridos portugueses não confia nos líderes políticos

Metade dos portugueses ouvidos num inquérito hoje divulgado pelo grupo de reflexão Conselho Europeu de Relações Exteriores não confia nos líderes políticos, com 64 por cento dos inquiridos a considerar, ao mesmo tempo, que a corrupção é um “problema significativo”.

Os dados constam de um inquérito a mil cidadãos portugueses encomendado pelo centro de reflexão Conselho Europeu de Relações Exteriores (ECFR, em inglês) sobre a política de cooperação de Portugal, feito a propósito das eleições legislativas, que se realizam no próximo domingo.

Criado em 2007, o ECFR é um centro de reflexão sobre assuntos europeus que está presente em todos os Estados da UE, contando entre os seus membros os portugueses Luís Amado, António Vitorino, Teresa Gouveia e Carlos Gaspar, entre cerca de 300 investigadores de várias áreas de estudo e especialistas em relações internacionais.

Ao todo, foram inquiridos 1.000 portugueses durante a primeira semana de setembro através do `site´ “yougov.co.uk” sendo que um dos assuntos abordados foi a corrupção, desde logo após recentes escândalos no país e depois de um relatório do Conselho da Europa ter revelado, há três meses, que Portugal era o país que menos cumpriu as recomendações europeias nesta matéria.

Assim, 64 por cento dos inquiridos portugueses disse considerar a corrupção como “um problema significativo para Portugal”, enquanto 41 por cento falou nesta como uma “questão importante na Europa Central e Oriental”.

“A preocupação destes portugueses relaciona-se, provavelmente, com o julgamento em curso de José Sócrates, primeiro-ministro de Portugal entre 2005 e 2011, e que está acusado de corrupção e lavagem de dinheiro”, refere o estudo realizado pelas investigadoras Susi Dennison e Lívia Franco do ECFR.

Acresce que, “mais recentemente, casos mais pequenos de corrupção – envolvendo políticos, administradores locais e empresas – também receberam muita atenção do público após investigações dos media e da polícia”, lê-se no documento.

Apontando o “esforço feito pelo Governo [português] para promover a integridade e fortalecer as medidas anticorrupção nos setores público e privado”, o estudo demonstra que, para os portugueses, “o executivo e o sistema judiciário continuam relutantes em combater a corrupção de alto nível”.

Por essa razão, 50 por cento dos inquiridos portugueses indicaram que “não havia líderes políticos nos quais confiassem”, segundo o relatório.

Ainda no âmbito político, 53 por cento dos portugueses mostraram-se convencidos de que a integração na União Europeia (UE) protege os cidadãos contra excessos ou falhas dos governos nacionais, revelando assim um alinhamento pró-europeu.

Ao mesmo tempo, 48 por cento dos inquiridos portugueses afirmaram acreditar que o fortalecimento da unidade europeia é o fator mais importante para melhorar a posição da UE a nível global, opondo-se assim às posições de unilateralismo que têm vindo a crescer na região.

“Numa altura em que Portugal se dirige às urnas, o país […] afasta-se da mensagem dos partidos nacionalistas contra a UE”, observa o centro de reflexão.

Assim, “independentemente dos resultados das eleições, o próximo governo português continuará a ter o multilateralismo como prioridade”, acrescenta, notando que este deverá ser o mote para a presidência portuguesa da UE no primeiro semestre de 2021.

Já no que toca à saída do Reino Unido da UE, 30 por cento dos inquiridos portugueses indicou que Portugal deveria fortalecer o seu relacionamento com Londres e com Bruxelas após o Brexit.

Em relação à perceção dos portugueses sobre o contexto económico e financeiro do país, 45 por cento dos inquiridos afirmaram acreditar que estão melhor situação do que os seus pais, contra 28 por cento que disseram pensar o contrário.

Relativamente às ameaças externas, as mais apontadas pelos inquiridos portugueses foram as alterações climáticas, a crise financeira e os fenómenos migratórios (emigração e imigração).

Lusa

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