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Estudo diz que maioria dos brasileiros está contra medidas anticrime do Governo

A maioria dos brasileiros está contra os principais pontos do um programa de combate ao crime defendido pelo Governo e pelo Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, segundo uma pesquisa divulgada hoje pelo Instituto Datafolha.

A pesquisa mostra que para 64 por cento dos inquiridos, a posse de armas deveria ser proibida, perceção que contraria uma das primeiras medidas tomadas pelo chefe de Estado brasileiro, que em janeiro flexibilizou as regras para a posse de armas no país.

Segundo o levantamento, 72 por cento dos entrevistados disseram que a sociedade não fica mais segura com pessoas armadas, enquanto outros 26 por cento concordam com a correlação de que a população armada torna a sociedade mais segura.

O estudo do Datafolha também mostra que uma grande parte dos entrevistados discorda de outras posições de Bolsonaro, que durante a campanha presidencial defendeu a criação de um estatuto jurídico designado por excludente de ilicitude, para evitar punições de agentes da polícia que fizerem uso excessivo da força ou que matem criminosos suspeitos em operações.

Para 81 por cento dos brasileiros a polícia não pode ter liberdade para atirar em suspeitos porque pode atingir inocentes. Apenas 17 por cento admitem esse tipo de ação.

Outros 79 por cento disseram que agentes da polícia que matam devem ser investigados.

A pesquisa foi divulgada quatro dias depois de uma controversa ação militar que chocou o país. No domingo, um carro de família foi alvejado com 80 tiros por membros do Exército, que faziam uma operação num bairro da periferia da cidade do Rio de Janeiro.

O motorista Evaldo Santos Rosa, de 51 anos, teve morte imediata, enquanto a esposa, o filho de sete anos, o sogro e uma outra mulher que também estavam no carro acabaram feridos pelos militares.

A família dirigia-se a uma festa quando foi alvejada pelos tiros sem aviso prévio.

O Exército brasileiro anunciou a abertura de uma investigação contra os militares que dispararam.

Os envolvidos primeiro disseram terem sido alvejados por tiros antes de atirarem – versão que foi desmentida por populares e testemunhas – e depois alegaram terem confundido o veículo com um outro supostamente dirigido por criminosos.

Para fazer a pesquisa, o Datafolha entrevistou 2.806 pessoas em 130 municípios do Brasil, nos dias 2 e 3 de abril.

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