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José Guedes, ‘Estripador de Lisboa’, acusado de homicídio qualificado pelo Ministério Público

juizJosé Guedes, suspeito de ser o ‘Estripador de Lisboa’, é acusado de homicídio qualificado de uma jovem de Aveiro, crime praticado em 2000. O Ministério Público (MP) solicitou um julgamento com tribunal de júri, para agravar a pena, em caso de condenação.

O homem que disse ser o ‘Estripador de Lisboa’ é acusado da prática de mais um crime, de homicídio qualificado, que ocorreu em 2000, sendo que a vítima é uma jovem que residia em Aveiro, na freguesia de Esgueira.

O despacho de acusação revela que José Guedes abordou a vítima, numa data que não é precisa (entre 13 e 16 de janeiro). A sua intenção era ter uma relação sexual paga, sendo que o estripador e a rapariga se dirigiram para uma habitação que estava em construção.

Ainda segundo o despacho, no local, o acusado matou a mulher, com diversos golpes na cabeça, apertando-lhe o pescoço. Deixou o corpo da vítima no local, sem roupa, da cintura para baixo.

A Polícia Judiciária suspeitou de outro homem, tendo realizado testes de ADN, que o inocentaram. O Ministério Público decide arquivar o processo em março de 2002, sendo que entretanto as suspeitas recaíram para o ‘Estripador de Lisboa’.

Agora, o Ministério Público pretende que o julgamento tenha um tribunal de júri, que suscita penas mais duras, em virtude do envolvimento emocional que os relatos das audiências suscitam. Por regra, as penas são mais altas quando existe um tribunal de júri, sendo que essa é a estratégia da acusação.

José Guedes assumiu que era o estripador de Lisboa, autor de três crimes violentos praticados a igual número de mulheres, praticados entre 1992 e 1993. O suspeito, de 46 anos, está em prisão preventiva, desde novembro.

José Guedes terá feito também uma confissão por escrito, onde repete que é o autor dos crimes de 1992 e 1993. Mais tarde, negou esse depoimento. Apesar de tudo, as autoridades detiveram o homem e o juiz de instrução criminal de Aveiro viu consistência nessa prova, determinando a prisão preventiva.

A história do estripador de Lisboa gerou uma investigação, mas sem que as autoridades detivessem o homem que matou e esventrou três prostitutas, na zona de Odivelas e em Entrecampos. Além do facto de serem prostitutas, as vítimas tinhas outros pontos em comum: eram toxicodependentes e portadoras do vírus HIV.

O caso prescreveu em 2008 e foi arquivado, pelo que o ‘estripador de Lisboa’ apenas responderá pelo crime praticado em 2000. José Guedes foi encontrado em Matosinhos, onde residia.

A história do estripador regressou à esfera mediática depois de um homem ter confessado a autoria dos crimes. A PJ nunca assumiu que deteve o autor desses três crimes violentos e disse apenas que Guedes respondia por um outro crime praticado há 11 anos. Trata-se precisamente deste homicídio qualificado da jovem de Aveiro.

Segundo declarações Expresso de Poliana Pinto Ribeiro, advogada de José Guedes, vão ser analisadas agora pela defesa todas provas, “para contrariar o que consta da acusação”. A causídica lembra que José Guedes “sempre negou os factos perante as autoridades judiciais”.

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