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“Estratégia seguida até agora é muito difícil de ser apreendida pelas pessoas”, diz Medina

O autarca e comentador Fernando Medina defendeu o prolongamento do confinamento, explicando que é preciso tempo para definir uma nova estratégia de ‘regresso à normalidade’.

“Ainda não temos uma saída à vista”, alertou o presidente da Câmara de Lisboa, preocupado com “o risco de termos uma quarta vaga antes de termos a vaga das vacinas”.

“Creio que é reconhecido por todos que não deveremos regressar à estratégia que temos seguido até agora. Mostrou que, do ponto de vista social, é muito difícil de ser apreendida pelas pessoas”, justificou Medina.

O atual confinamento é “quase total”, mais severo do que o ‘abre e fecha’ que se foi registando durante vários estados de emergência.

“Todos temos consciência da situação em que estivemos semanas atrás. Ao contrário do que por vezes aconteceu, em que estávamos em períodos de maior ou menor exigência no confinamento, estamos num processo de confinamento quase total. A mensagem é muito clara, a situação está a melhorar, mas permanece muito grave”, frisou o autarca.

Uma situação que foi “20 vezes” superior à registada no pior momento da primeira fase da pandemia. “Estávamos preocupados com o pico de infeções de 800 por dia, há semana e meia chegámos às 16 mil”, lembrou.

“Não estamos a falar da mesma realidade. O Serviço Nacional de Saúde está agora melhor preparado, mas ninguém consegue fazer crescer um sistema 20 vezes”, reforçou Medina.

Com o confinamento a durar, pelo menos, até meados de março, há finalmente tempo para se “pensar” no que vem a seguir. “Temos que preparar o processo de desconfinamento, não deve ocorrer com um processo simples de abertura das atividades e da vida social. O processo de desconfinamento pode agora ser pensado com tempo”, complementou.

No comentário de sexta-feira para a Renascença, Medina abordou ainda a aposta das autoridades de saúde no reforço da testagem.

“Não há muitos meses debatíamos que não havia testes suficientes, depois passamos para o problema do tempo entre os testes e o resultado. Recordo que, na primeira vaga, com o problema do surto nos lares, o problema gravíssimo de demorar 48 horas impedia um combate efetivo à propagação do vírus”, lembrou o autarca.

“A tecnologia dos testes está a evoluir muito rapidamente, não há um consenso hoje relativamente às técnicas e aos métodos, há muitos interesses envolvidos do ponto de vista das indústrias, por isso é preciso tomar uma decisão o mais possível informada. Mas é um facto que hoje temos tecnologias que não tínhamos há seis meses”, concluiu Fernando Medina.

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