Relatório sobre as Estradas de Portugal, da Inspeção-Geral das Finanças, denuncia situação depauperada da empresa, com riscos de insustentabilidade já a partir de 2014. Caso não se verifique “uma intervenção do Estado”, prevê-se “sérias dificuldades”. As receitas das ex-scut são insuficientes.
O rastilho da insustentabilidade da Estradas de Portugal está aceso e pode desencadear uma grave situação financeira dentro de dois anos, com um quadro “insustentável” em 2014, alerta um relatório da Inspeção-Geral das Finanças, que a Lusa divulgou.
Nesse sentido, indica o documento, o Estado tem de “intervir”, para inverter um cenário que não se corrige com as receitas provenientes das antigas SCUT (autoestradas sem custos para o utilizador).
Apesar da cobrança de portagem em alguns troços até então gratuitos, a Estradas de Portugal está a reagir mal à “conjuntura dos mercados financeiros”, que por sua vez originam dificuldades nas empresas e conseqüentes “constrangimentos” nesta empresa.
Pode ler-se neste relatório que, sem uma “intervenção do Estado”, a empresa “enfrentará sérias dificuldades” de financiamento em 2013, atingindo “insustentabilidade financeira em 2014”.
O documento resulta de um estudo que avalia o período compreendido entre setembro de 2010 e junho do ano em curso. Conclui que se verificou um “agravamento da situação financeira” com os “pagamentos de subconcessões contratadas nos últimos três anos”.
A medida de colocar portagem nas antigas SCUT veio atenuar o grave problema, mas não o resolve, uma vez que as receitas resultantes “são insuficientes”. As subconcessões poderão deixar de ser pagas dentro de pouco tempo.