Nada tem que ver com snobismo ou pedantismo, mas com os meus 57 anos, pois já não vivo outro tanto. Quero aproveitar o tempo que me resta. Daí ser selectivo nas minhas relações e escolher muito bem, com quem estou, para onde vou e com quem vou.
Estou farto! Não tenho paciência para tentar agradar ou fazer novos amigos, apresento-me tal qual sou, sem procurar ser simpático ou hipócrita. Não estou minimamente preocupado com o que os outros pensam de mim, do que sou, como sou, e o que faço. Era o que faltava tentar ‘comprar amigos’ nesta altura da minha vida!
Algumas pessoas acham-me antipático e dizem: ‘lá vem ele’, ‘tem a mania’, ‘há coisas que não se podem dizer’, ‘és agressivo’, etc..
Quero lá saber do que dizem! Pois bem, eu limito-me a querer ser feliz, e para isso não tenho que me dar com toda a gente. Aliás, acho que é assim que as pessoas se distinguem. Não sou ninguém ou tenho pretensão a sê-lo, mas quero fazer o que gosto, estar com quem gosto e com quem gosta de mim verdadeiramente. No fundo quero ser feliz e viver em paz à minha maneira.
Não tolero novos-ricos mas também não tenho paciência para antigos-ricos que vivem de um passado que já não existe vivem de um nome que nada vale. Não tolero novos-ricos intelectuais que por tirarem um curso se julgam mais de quem não tem uma licenciatura (estou à vontade, sou licenciado em Biologia), assim como professores da Universidade julgam-se num púlpito e de casta superior.
Estou farto! Não tenho paciência para alguns políticos: deputados, ministros, presidentes de câmara, presidentes de junta, em que o poder lhes subiu à cabeça deslumbrando-se com o dinheiro de todos nós, esquecendo-se que qualquer cargo ou posição é efémero. As pessoas valem pelo que são e não por cargos ou lugares que ocupam, muitos deles à custa de muito bajulamento e rastejar, que para mim é insuportável e indigno. Muito pouca gente está num lugar ou cargo pelo mérito e pelo seu valor. As pessoas com mais valor e mais importantes estão em casa, pois não estão para se incomodarem e serem escolhidas ou avaliadas por gente medíocre sem escrúpulos.
Estou farto! Não tenho paciência para gente mal-educada, provinciana, inculta e mentirosa. Gosto de gente educada, correcta, séria e honesta.
Convivo mal com a inveja, a coscuvilhice e os contos e ditos no local de trabalho. Detesto pessoas que se julgam mais do que os outros sempre de dedo em riste para os outros sem se verem ao espelho. Detesto beatices e graxistas.
Estou farto! Já não tenho paciência e idade, para aturar estes bacocos, neste país que não passa da mediania e acéfalo. A paciência, calma, serenidade e tranquilidade perdia para com este tipo de gente. Não há pachorra, estou farto!
Não suporto com resignação a maldade, as injúrias, as importunações. Não tenho estofo para este tipo de jogo.
Congratulo-me e louvo a coragem de escrever este texto, passe a jactância, sem medo, de forma livre e sincera, ao contrário, de quem é cobarde, seguidista e eunuco.
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