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“Estou a viver o momento como se fosse o mais importante da minha vida”, assume António Cordeiro

Numa entrevista tocante ao ‘Alta Definição’, António Cordeiro revelou como lida com uma doença grave e incurável, a paralisia supranuclear progressiva, que descobriu sofrer “há cerca de um ano”.

“Tem a ver com o Parkinson, mas não há cura para a doença”, explicou.

Um dos artistas mais conceituados dos palcos e da televisão tem os movimentos e a fala cada vez mais condicionados pela progressão da doença.

“Tenho de reaprender tudo de novo”, explicou: “Como é que devo andar, como é que me devo sentar, como é que devo falar…”

Também devido aos problemas que a doença acarreta, António Cordeiro conhece, aos 59 anos, novas dificuldades financeiras.

As poupanças ainda são suficientes para um ano, mas, até por amor-próprio, o ator anseia por um novo desafio profissional.

“Não tenho nenhuma televisão que queira trabalhar comigo. Estão todos com medo que eu não consiga fazer nada”, revelou.

“Isso não é verdade. Consigo. Preciso muito de trabalhar, de sentir que as pessoas gostam de mim”.

A paralisia supranuclear é incurável, pelo que não há esperança numa melhoria do estado de saúde: resta ao ator aproveitar a vida enquanto pode.

“Quero viver cada momento e por isso é que estou aqui consigo”, justificou, para Daniel Oliveira.

“Estou a viver este momento como se fosse o mais importante da minha vida”, insistiu.

Sobra, contudo, um arrependimento: não ter tido filhos.

“Quando me for embora, não fica ninguém para me lembrar”, lamentou-se: “Quem é que se vai lembrar de mim? O tipo que vai ao YouTube ver as coisas que eu fiz?”

E é aos pais, para além da mulher (vai no terceiro casamento), que António Cordeiro mais agradece.

“Começo a pensar, ‘quando é que eu me vou embora?’ Quero ir-me embora depois dos meus pais já terem ido. Eu gostava que, quando chegássemos ao lado de lá, reencontrássemos as pessoas de uma maneira muito gentil, mas não sei. Não sei se a gente não volta cá noutro corpo”.

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