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“Este Parlamento mete dó!”, desabafa António Barreto

O sociólogo António Barreto escreve um artigo de opinião onde arrasa os deputados – acusados de “preguiçosos”. “Olha-se para São Bento e o que se vê? Uma casa assombrada. Um Parlamento inútil, inoperante e incapaz”, escreve, no Diário de Notícias.

Este não é o primeiro artigo crítico de António Barreto, que discorda do governo de esquerda.

“’Circo de São Bento’ foi certamente a alcunha que mais bem lhe colou à pele. Pois bem, o Circo está fechado para obras. A casa da liberdade está devoluta! O Fórum da democracia está mudo!”, defende António Barroso, neste artigo que assina no Diário de Notícias.

O sociólogo – que foi ministro num governo de Mário Soares – destaca a “futilidade, a dependência do governo, a função de arena de mau gosto, a alta de espírito de corpo, a ausência de orgulho e a deficiência de honra”, quando aborda o papel dos deputados, acusados de serem “preguiçosos”.

Para Barreto, os eleitos alimentam no hemiciclo a “intriga partidária” e não fazem “qualquer coisa que se veja, que interesse ao país e que justifique o vencimento que recebem”.

Mas não é tudo. Com ironia e sarcasmo, o cronista compara a Assembleia da República a um local de festas.

 “Aluga-se o hemiciclo para festas e filmes! Nos Passos Perdidos fazem-se exposições! No rés-do-chão canta-se o fado! Nos claustros, come-se sardinha e bebe-se jeropiga! De vez em quando, crianças das escolas brincam aos deputados!”, escreve.

Este não é o primeiro artigo de opinião duro que António Barreto assina no Diário de Notícias. Recentemente, defendeu que preferia os credores aos comunistas.

“A ter de ficar nas mãos de alguém, prefiro mil vezes os credores aos comunistas. Destes, sei que não se sai vivo nem livre”, sustentou há poucas semanas, num artigo de opinião também publicado no Diário de Notícias, numa altura em que PS, PCP e Bloco de Esquerda anunciavam um acordo que veio a concretizar-se.

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