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“Este é um momento decisivo e não nos podemos abster” — Igreja Católica

O presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, Manuel Clemente, disse que as eleições legislativas de hoje são “um momento decisivo”, pelo que ninguém se deve abster.

“Este é um momento decisivo para a vida de todos nós e não nos podemos abster”, afirmou aos jornalistas Manuel Clemente, considerando que a abstenção “é sempre algo que faz pena, porque, por uma razão ou por outra – cada um sabe de si – as pessoas não vão votar”.

O cardeal-patriarca de Lisboa falava aos jornalistas no Vaticano, onde participou hoje na missa que inaugurou o Sínodo dos Bispos para a Amazónia e no sábado esteve no consistório que investiu o português Tolentino Mendonça como cardeal, ambos presididos pelo Papa Francisco.

“Aquilo que nós temos feito, constantemente, quer a nível de cada bispo, quer da Conferência Episcopal no seu todo: a participação cívica e política é, afinal, o cumprimento daquele duplo mandamento de Cristo”, referiu.

“Quando Cristo diz ‘para dar a César o que é de César, a Deus o que é de Deus’, é para dar mesmo a César o que é de César, ou seja, ao Estado à sociedade aquilo que lhe devemos, porque nós somos membros dessa sociedade e ela não se constrói sem nós”, declarou.

Mais de 10,8 milhões de eleitores recenseados no território nacional e no estrangeiro são hoje chamados às urnas para escolher a constituição da Assembleia da República na próxima legislatura e de onde sairá o novo Governo.

Segundo a Secretaria Geral do Ministério da Administração Interna (SGMAI), podem votar para as eleições de hoje 10.810.662 eleitores, mais cerca de 1,1 milhões do que nas anteriores legislativas, em 2015, devido ao recenseamento automático no estrangeiro.

Esta é a 16.ª vez que os portugueses serão chamados a votar em legislativas, concorrendo a estas eleições um número recorde de forças políticas – 20 partidos e uma coligação – embora apenas 15 se apresentem a todos os círculos eleitorais.

No total, são eleitos 230 deputados numas eleições que, ao longo dos anos, têm vindo a registar um aumento da taxa de abstenção.

Em 2015, a taxa de abstenção atingiu o recorde de 44,4 por cento, comparando com os 8,3 por cento nas eleições para a Assembleia Constituinte, em 1975, ou os 16,4 por cento das primeiras legislativas, em 1976.

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