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Estão a cortar o cordão umbilical ao Lusocord, lamenta o deputado socialista Manuel Pizarro

bebe recem nascidoO Lusocord pode encerrar, alertou Manuel Pizarro, de visita a este banco de células do cordão umbilical. O organismo anda a “inventar soluções” para manter a atividade, como admite a diretora Helena Alves, pois o encerramento “seria criminoso”.

Portugal tem um banco público de células do cordão umbilical, o Lusocord, mas o organismo corre sérios riscos de fechar as portas. O alerta foi dado por Manuel Pizarro, antigo secretário de Estado da Saúde e o mais provável candidato do PS à Câmara do Porto. Numa visita ao Lusocord, instalado no Centro de Histocompatibilidade do Porto, Pizarro alertou para a falta de financiamento e de autonomia deste banco.

“É lamentável que a atividade do banco esteja seriamente limitada por não ter o financiamento necessário e por não ter autonomia para recrutar os técnicos de que precisa. Estamos há mais de um ano a aguardar que o Governo tome decisões”, argumentou o deputado socialista, referindo-se aos dois milhões de euros previstos no Orçamento do Estado de 2011 e dos quais o Lusocord só recebeu 500 mil euros.

O banco lida com a falta de recursos humanos para cumprir a finalidade com que foi criado há três anos: assegurar a criopreservação de células estaminais, para utilização em tratamentos de doenças do foro hematológico. Trata-se, para Manuel Pizarro, de “um serviço indispensável para o país, porque o sangue criopreservado pode ser utilizado no futuro por quem necessitar de uma transplantação, ao contrário do que acontece com os bancos privados, onde o material fica ao dispor apenas das próprias famílias”.

Sem quadro de pessoal, a administração tem recorrido a contratos temporários e, desde que estes terminaram (em janeiro), a técnicos pagos à hora. “Temos estado a aguentar, a apagar fogos e a inventar soluções”, lamenta a diretora Helena Alves, que se recusa a acreditar no encerramento do Lusocord, ato que “seria criminoso”.

O banco aguarda pela conclusão da passagem do Centro de Histocompatibilidade do Norte para a tutela do Instituto Português do Sangue e da Transplantação, mas até lá tem de cumprir os ‘mínimos’ de 30 a 50 colheitas por dia. Adiado ‘até às calendas’ está tudo o que não é urgente, como algumas análises e questões processuais. Até ao momento, estão criopreservadas mais de 8000 de um total das 25 mil amostras já colhidas no Lusocord.

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