O caso foi hoje denunciado pela Ganhem Vergonha, uma plataforma que surgiu para “expor a realidade vergonhosa dos anúncios de oferta de emprego e, assim, contribuir para uma discussão pública sobre o tema e para a criação de legislação efetiva”.
“Procura-se um CEO, de preferência que possa ser financiado pelo IEFP”. Logo na primeira frase, o artigo revela a dimensão mais vergonhosa: há uma empresa que procura um diretor executivo (CEO, na sigla internacional) e que “valoriza” a possibilidade de este ser um estágio pago (em parte) por todos os contribuintes.
“Aqui está um exemplo de como os apoios à contratação promovidos pelo Estado são propícios a um aproveitamento abusivo da parte de alguns empregadores”, sustentou a plataforma: “Segundo um anúncio publicado no Net-Empregos, a Guimarães Fernandes Ld.ª, ‘empresa recém-criada na área da tecnologia médica digital’, está à procura de um ‘Chief Executive Officer para desenvolvimento, gestão do negócio e vendas/monetização dos produtos/serviços’ [sic]. Na oferta, é indicado que «a possibilidade de o candidato poder ser apoiado pelo IEFP será valorizada”.
A concluir, a Ganhem Vergonha deixa a questão: “Deve o Estado pagar parte da remuneração deste cargo numa empresa privada?”
Ou seja, devemos todos nós, cidadãos, contribuir com os nossos descontos para pagar parte do salário de um gestor desta empresa privada?
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