Economia

Estado abdica de 494 milhões de euros em nome do perdão fiscal

maria luis albuquerquepassos albuquerqueO programa de regularização de dívidas ‘custou’ ao Estado 494 milhões de euros. De acordo com a resposta da Ministério das Finanças ao Parlamento, o perdão fiscal levou à não cobrança desse montante em juros, coimas e custas processuais.

Em nome do perdão fiscal, o Estado abdicou de cobrar 494 milhões de euros em juros, coimas e custas processuais. O valor foi referido pelo próprio Ministério das Finanças, que respondia com esses dados a um requerimento apresentado pelo Parlamento, nomeadamente pela comissão de Orçamento, Finanças e Administração Pública.

Na base da questão esteve a troca de acusações entre os líderes do PS, António José Seguro, e do Governo, Passos Coelho, no último debate quinzenal. O responsável socialista insistiu em saber quanto custou ao Estado o programa extraordinário de regularização de dívidas, mais conhecido como perdão fiscal. Alegando não estar “em condições de responder”, o primeiro-ministro prometera uma resposta “para breve”, a qual foi hoje enviada pelas Finanças.

Essa resposta, contudo, não revela qual o montante que ainda se encontra em contencioso. Nas duas páginas distribuídas pelas Finanças, o gabinete da ministra Maria Luís Albuquerque justifica apenas que o processo é “naturalmente moroso”.

Desses 494 que ficaram por cobrar, a grande fatia – 422 milhões de euros – respeita aos juros de mora e compensatórios, acrescidos dos 38 milhões das coimas e os 34 milhões em custas processuais. Ainda segundo o Ministério das Finanças, os 494 milhões de euros perdoados correspondem a 38 por cento do total das dívidas ao Fisco e à Segurança Social.

O perdão fiscal rendeu 1277 milhões de euros ao Estado, que recuperou 572 milhões em dívida de IRC, 196 milhões de euros em IVA e 161 milhões em IRS.

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