“Está tudo a morrer, só espero que não morram de fome”
O chef Ljubomir Stanisic foi uma das presenças mais notadas na manifestação ‘A pão e água’, que está a decorrer no Porto, promovida pelo setor da restauração.
“Está tudo a morrer, só espero que não morram de fome, por isso é que estamos a lutar”, afirmou o empresário, em declarações à RTP.
Muito crítico de António Costa, o conhecido chef voltou a exigir apoios para a restauração, lembrando que o Estado fica, em impostos, com mais de metade do que os restaurantes recebem dos clientes.
“De uma conta o Estado recebe 53 por cento, porque é que não dá apoio nesta altura em que precisamos de pão para comer?”, questionou Ljubomir Stanisic.
“Está a criar-se despedimento extremo, 50 mil pessoas do turismo já foram para a rua. Acordem para a vida”, finalizou.
Ontem, ao divulgar no Facebook a manifestação que está em curso, Ljubomir Stanisic lembrou o impacto do turismo na economia nacional.
“Nos últimos anos, milhares de pequenos negócios da área do turismo e da restauração investiram de forma independente milhões de euros, promovendo Portugal e o turismo e pagando impostos sobre os seus rendimentos. Em 2019, segundo o World Travel & Tourism Council, o turismo era responsável por um em cada cinco euros gerados em Portugal. Criámos emprego, notoriedade, prestígio. Criámos receitas e dinamizámos a economia. Criámos momentos, sorrisos, memórias. Hoje, estamos sozinhos”, escreveu o chef.
Durante a manifestação, que arrancou por volta das 14h00, foram registados alguns confrontos entre populares e forças policiais.
“Os pequenos empresários estão com enormes dificuldades e precisam de apoio, é perfeitamente legítimo que venham aqui manifestar a sua inquietação. Por muito que sejamos otimistas, dificilmente se vai recuperar tão cedo. Corremos o risco de ter uma enorme destruição económica e social”, comentou o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, presente no local, em declarações à TVI24.