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“Está na hora” de fazer o diagnóstico precoce e mudar as taxas de mortalidade do cancro do pâncreas

No Dia Mundial do Cancro do Pâncreas, que se assinala no dia 19 de novembro, a Europacolon junta-se mais uma vez à campanha mundial de consciencialização para este que é um dos cancros mais mortais.

Este ano, a campanha com o mote “Está na hora” (It’s about time) é dedicada à deteção precoce da doença, ao conhecimento dos fatores de risco e dos sintomas. Porque “está na hora” de mudar as taxas de mortalidade, garantindo que mais pessoas sobrevivem a esta doença.

Segundo dados da Globocan de 2018, mundialmente são diagnosticados 460 mil casos de cancro do pâncreas por ano, 130 mil na Europa e 1619 em Portugal.

A incidência aumentou 23 por cento nos últimos seis anos e prevê-se que continue a aumentar.

Só em Portugal, todos os anos, o cancro do pâncreas é responsável pela morte de 1594.

Estima-se que este número será ainda mais elevado devido à pandemia de COVID-19 que vivemos e que deu origem à suspensão dos cuidados de saúde primários, diagnósticos e tratamentos.

“O cancro do pâncreas é o tumor maligno do sistema digestivo com pior prognóstico, sendo atualmente a terceira causa de morte por cancro na Europa. A sobrevivência a este tipo de tumor é das mais baixas. Só 2% a 8% dos doentes ultrapassam os cinco anos de sobrevida. A sobrevivência depende muito do estadio da doença à data do diagnóstico. Sendo que, se o diagnóstico for precoce e puder haver intervenção cirúrgica para remoção do tumor, a sobrevida aumenta muito. Conhecemos doentes com mais de 12 anos de vida com a doença, devido a um diagnóstico atempado”, destaca Vítor Neves, Presidente da Europacolon Portugal – Associação de Apoio ao Doente com Cancro Digestivo.

O desconhecimento dos fatores de risco e dos sintomas são o principal motivo para o diagnóstico tardio.

“Está na hora de mudar esta realidade e é isso mesmo que tentamos fazer todos os dias e mais uma vez no âmbito do Dia Mundial do Cancro do Pâncreas, juntando-nos à campanha da World Pancreatic Cancer Coalition, cujo mote este ano é “It’s about time”, sublinha.

“Está na hora” de apostar na deteção precoce. “Atualmente não existe nenhum exame de rastreio para o cancro do pâncreas, pelo que a chave para uma deteção precoce é conhecer os fatores de risco e os sintomas, que são pouco específicos e frequentemente desvalorizados por doentes e profissionais de saúde. É preciso apostar em mais investigação que permita desenvolver um método eficaz de deteção, nomeadamente através da avaliação dos biomarcadores desta doença com taxa de mortalidade tão elevada”, alerta Vítor Neves.

“Está na hora” de todos conhecermos os sintomas.

Os sintomas mais comuns da doença incluem dor na coluna dorsal, perda de peso sem explicação, icterícia, dor abdominal persistente, náuseas, entre outros. Qualquer pessoa que tenha um ou mais sintomas, de forma persistente, deve falar com o seu médico de família com urgência.

“Está na hora” de conhecermos os riscos associados a esta doença. Embora a causa da doença seja desconhecida na maior parte dos casos, a evidência mostra que fumar, ter excesso de peso, história familiar de cancro do pâncreas e pancreatite crónica aumenta o risco de desenvolver a doença. Por isso, quem tem pelo menos um dos sintomas acima de forma persistente e tem também um fator de risco deve falar com urgência com o seu médico assistente.

“Está na hora” de mudar as taxas de sobrevivência. É necessária mais atenção, sensibilização e progresso para ajudar os doentes a sobreviver a esta doença. Os doentes que são diagnosticados atempadamente e que são elegíveis para cirurgia têm uma sobrevivência maior. Temos de conseguir aumentar o número de doentes que sobrevive e baixar as taxas de mortalidade deste cancro.

A Europacolon vai divulgar na sua página de Facebook uma série de vídeos sobre o cancro do pâncreas, os seus sintomas e fatores de risco, o diagnóstico, o tratamento, a investigação sobre esta doença, entre outros temas. Contará com a participação de profissionais de saúde, membros da Europacolon Portugal, doentes e cuidadores.

Encoraja toda a população a partilhar estas informações e a conhecer melhor o cancro do pâncreas. #EstaNaHora é a hashtag que podem usar nas redes sociais para apoiar esta causa.

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