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“Esta batalha é de todos, é uma luta pela nossa própria sobrevivência”

O primeiro-ministro acabou de apresentar as medidas extraordinárias que o Conselho de Ministros vai aprovar para conter a pandemia de Covid-19 em Portugal.

Entre essas medidas estão o encerramento das escolas, até às férias da Páscoa, de discotecas e estabelecimentos similares e restrições na restauração, em centros comerciais e instituições de serviço público.

Destacando a necessidade de “um esforço coletivo para enfrentar esta pandemia”, o governante lembrou que “cada um de nós tem como primeiro dever proteger-nos uns aos outros”.

“Senti por parte de todos os partidos um empenho e determinação comum em partilharmos esta batalha, que é de todos, é uma luta pela nossa própria sobrevivência, pela proteção de todos os portugueses”, sustentou António Costa, que falou ao país após ter recebido os partidos com assento parlamentar.

E é uma luta que começa pelo encerramento das escolas, em todos os graus de ensino. O Conselho Nacional de Saúde Pública tinha dado parecer negativo a esta medida, mas hoje o Centro Europeu para a Prevenção e Combate às Doenças emitiu um parecer que “inequivocamente recomenda o encerramento” de todos os estabelecimentos de ensino.

“Não havendo uma consolidação do consenso técnico, manda a prudência que determinemos desde já, a partir da próxima segunda-feira, a suspensão de todas as atividades letivas até às férias da Páscoa”, anunciou António Costa.

Esse encerramento será reavaliado a 9 de abril, de forma a definir as medidas a tomar para o terceiro período letivo.

“Temos que assumir que esta pandemia, em Portugal, ainda não atingiu o pico, está em fase de evolução, é muito provável que nas próximas semanas mais doentes venham a ser contaminados, por ventura com mais consequências, e que este surto possa ser mais duradouro do que o estimado inicialmente”, sustentou o governante.

Com as escolas encerradas, falta agora que os alunos cumpram as recomendações das autoridades de saúde, evitando o contacto social, como aconteceu ontem com as enchentes nas praias, em especial na de Carcavelos.

“Tenhamos todos consciência de que devemos limitar o máximo possível o nosso convívio social”, insistiu.

Serão ainda encerradas discotecas e encerramentos similares, reduzida em um terço a lotação máxima de cada estabelecimento de restauração e limitada a frequência de centros comerciais ou de serviço público, para evitar “o excesso de pessoas simultaneamente dentro do mesmo espaço”.

Será também estendida a todo o país a limitação de visitas a lares de idosos, já em vigor na região norte, a mais afetada pelo novo coronavírus.

“É de evitar que, por negligência ou desconhecimento, ponhamos em risco a saúde do outro. Cada um de nós se julga estar em situação saudável, mas nenhum de nós sabe se é involuntariamente portador de um vírus que está a passar para outro”, salientou o primeiro-ministro.

António Costa prometeu também anunciar um conjunto de medidas para “reforçar o Serviço Nacional de Saúde”, “assegurar a proteção do emprego” e “garantir o rendimento das famílias, em particular daquelas que por motivo de doença ou decisão da autoridade de saúde ou em virtude do encerramento extemporâneo dos estabelecimentos escolares têm necessidade de acompanhar as crianças com menos de 12 anos”.

“A lei não previa situações como o encerramento dos estabelecimentos educativos”, finalizou, referindo a “necessidade especial de reorganização para as famílias” que o encerramento das escolas vai provocar.

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