Os líderes europeus estão “bastante preocupados” com a possibilidade de estarem a ser espiados pelos EUA, revela Passos Coelho. No caso de Portugal, não há “nenhuma indicação específica” de que tenham sido feitas escutas.
As notícias de que vários líderes europeus foram espiados pelos EUA – as mais recentes referem a chanceler alemã, Angela Merkel – agitaram a Cimeira Europeia de hoje. O primeiro-ministro português, Pedro Passos Coelho, esteve presente na reunião e confirmou que as eventuais escutas telefónicas realizadas pelos norte-americanos deixaram os líderes europeus “bastante preocupados”.
Apesar de nunca ter sido referida a espionagem a altas figuras nacionais, “Portugal decidiu integrar esta iniciativa de procurar de forma bilateral, com os Estados Unidos, esclarecer estas questões que envolvem a proteção de dados e a segurança e partilha de elementos de segurança”, complementou o governante.
Urge esclarecer “as questões de protecção de dados e de partilha de elementos de segurança”, mesmo que nenhum caso tenha ocorrido com figuras nacionais, reforçou Passos Coelho: “não tenho nenhuma indicação específica de que Portugal pudesse ter sido objecto de acções desta natureza”.
Depois de Merkel ter alegadamente telefonado ao Presidente norte-americano, Barack Obama, a exigir explicações e de vários governantes franceses terem exigido uma clarificação do assunto, Portugal está “totalmente solidário com a necessidade de, em termos europeus, se garantir que há uma relação de respeito e que há cautelas em matéria de segurança, que são atendidas no relacionamento com outros Estados, nomeadamente com os Estados Unidos”.
“Cautelas” que Passos Coelho não vai alterar, garantiu: “as cautelas que sigo como primeiro-ministro ou como cidadão são as mesmas desde há dois anos e meio a esta parte, quando assumi as funções de primeiro-ministro. Não são diferentes daquelas que tinha antes”, frisou.