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Espionagem: Obama anuncia reforma da NSA com mais respeito pela privacidade

telemoveissnowden bigCom o alegado objetivo de garantir mais respeito pela privacidade, o Presidente dos EUA anuncia que a agência de segurança vai ter novas regras. A principal nota da reforma da NSA é o fim da coleta de metadados telefónicos.

A Agência de Segurança Nacional (NSA, na sigla original) dos EUA vai ser reformada, anunciou hoje o gabinete de Barack Obama. O Presidente deve dar uma conferência de imprensa para explicar melhor as mudanças no sistema de vigilância eletrónica, mas a Casa Branca já revelou que os objetivos passam por assegurar mais transparência e respeito pela privacidade, depois do escândalo provocado pelas revelações do ex-analista Edward Snowden.

“O Presidente dirá que vai ordenar a transição que porá fim ao programa de coleta de metadados telefónicos tal como existe atualmente”, revelou uma fonte da Casa Branca, que a AFP não identifica: “o Presidente considera que o programa tem importantes capacidades que nos permitem fazer frente ao terrorismo, mas podemos e devemos ser capazes de preservar essas capacidades atendendo às preocupações sobre a privacidade e a liberdade civil surgidas do facto de que o Governo conserva esses metadados”.

Barack Obama está apostado em recuperar a credibilidade da NSA, depois de Edward Snowden ter divulgado evelado alguns procedimentos muito criticados por ativistas das liberdades civis. Entre outros pormenores, o antigo analista da agência revelou que vários dos mais importantes dirigentes mundiais, inclusive de países considerados amigos (como a chanceler da Alemanha e a Presidente do Brasil), estavam a ser alvo de vigilância eletrónica.

Ainda na quarta-feira, especialistas citados pelo The New York Times referiam não acreditar em grandes mudanças no funcionamento da NSA, apesar da comissão de cinco peritos ter formulado 46 recomendações (a maioria das quais focada no prograa de coleta de metadados) no relatório encomendado pela Casa Branca.

O Governo norte-americano tem defendido que as informações recolhidas pela agência servem apenas para localizar suspeitos de terrorismo, mas o Presidente não deverá validar a proposta da comissão de peritos para proibir o armazenamento dos dados por parte das operadoras de comunicações, entregando todo esse processo à NSA.

Ontem, ainda a Presidência não tinha revelado a intenção de noticiar a reforma da NSA e já o britânico The Guardian avançava com mais informações cedidas por Snowden. De acordo com as informações apontadas pelo ex-analista, a NSA teria coletado cerca de 200 milhões de mensagens de texto diários (SMS), de telemóveis em todo o mundo, para extrair informações sobre a localização, redes de contacto e cartões de crédito dos utilizadores.

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