Os detalhes sobre a espionagem da agência NSA continuam a ser revelados. A ‘secreta’ norte-americana também escutou os Papas Francisco e Bento XVI, dispondo para o efeito de uma sala (partilhada com a CIA) num anexo da embaixada dos EUA em Roma.

A espionagem dos EUA também chegou ao Vaticano. Entre os 46 milhões de comunicações telefónicas interceptadas pela Agência Nacional de Segurança (NSA) entre 10 de dezembro de 2012 e 18 de janeiro de 2013 constavam conversas do Papa Bento XVI e de Jorge Mario Bergoglio, o cardeal argentino que lhe sucedeu como Papa Francisco.

A revelação, feita pela revista Panorama através da análise dos documentos fornecidos pelo ex-analista informático Edward Snowden (que trabalhou para a NSA), implica a rede diplomática dos EUA. Era num anexo da embaixada, em Roma, que a ‘secreta’ americana realizava as escutas.

De acordo com a revista, é no número 49 da Via Sallustiana que está instalada uma célula especial de recolha de informações, na qual técnicos da NSA trabalham com agentes da CIA. Esta célula é uma das 80 que constam num documento classificado de altamente secreto datado de agosto de 2010. Na Europa havia 19, mas nenhuma em Portugal.

A Panorama salienta também que a 12 de março, no primeiro dia do conclave para eleger o sucessor de Bento XVI, a NSA intercetou várias comunicações, incluindo as que passaram pela central da Domus Internationalis Paulo VI, onde o então cardeal Bergoglio pernoitou. Desde 2005 que o agora Papa Francisco era monitorizado pela agência norte-americana.