Espanha registou, nas últimas 24 horas, 585 mortes devido ao novo coronavírus, uma ligeira subida em relação a quinta-feira, havendo até agora um total de 19.478 óbitos, segundo as autoridades sanitárias.
De acordo com o Ministério da Saúde espanhol, há 5.252 novos infetados, um número que aumenta em relação ao dia anterior, sendo agora o total de pessoas que contraíram a doença de 188.068.
As autoridades sanitárias alertam que a metodologia de tratamento dos dados foi alterada, para homogeneizar os números enviados pelas diferentes regiões, o que resultou numa alteração dos números dos dias anteriores.
O número de mortos, que inclui apenas os que apresentaram resultados positivos, é contestado por várias regiões, que afirmam que morreram mais milhares de pessoas devido à doença.
O diretor dos serviços de Alerta e Emergências Sanitárias do Ministério da Saúde, Fernando Simón, explicou em conferência de imprensa que os últimos números “estão um pouco distorcidos” e que o Ministério da Saúde está “a tentar corrigir as séries históricas” enviadas pelas diferentes regiões, com fontes de informação homogéneas.
Por outras palavras, pretende-se ter informações mais detalhadas de cada comunidade autónoma espanhola, tendo sido criado um modelo único para a comunicação de dados.
A “correção” nos dados leva a que hoje, por exemplo, tenha sido divulgado que 72.963 pessoas estão recuperadas (curadas) depois de terem contraído a doença, quando o mesmo dado na quinta-feira era de 74.797.
Espanha é o segundo país com mais mortos com a pandemia por cada milhão de habitantes (413 óbitos), depois da Bélgica (445) e antes da Itália (367) e França (275), numa lista em que os Estados Unidos têm 105 e Portugal 62.
O “estado de emergência” está em vigor desde 15 de março até 25 de abril próximo e o primeiro-ministro espanhol já avisou que a medida ia ser prolongada pelo menos durante mais duas semanas.
A evolução da epidemia de coronavírus, marcada nos últimos dias por uma diminuição nas urgências, internamentos e unidades de cuidados intensivos dos hospitais, está agora centrada no aumento significativo dos infetados detetados, devido ao aumento do número de testes de diagnósticos realizados.
A controvérsia em Espanha passa agora pela forma como se contam os mortos, que em números oficiais se aproximam dos 20 mil.
O primeiro-ministro, Pedro Sánchez, prossegue hoje a ronda de contactos com os representantes dos partidos políticos, a fim de tentar alcançar um pacto “para a reconstrução social e económica” do país após o fim dos piores momentos da crise sanitária provocada pelo novo coronavírus, que o executivo considera “cada vez mais próximo”.
No entanto, Sánchez continua à espera da marcação de um encontro com o líder do Partido Popular (direita), o segundo maior partido espanhol e o principal da oposição, sobre o qual aumenta a pressão para participar neste projeto.
A nível global, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 145 mil mortos e infetou mais de 2,1 milhões de pessoas em 193 países e territórios. Mais de 465 mil doentes foram considerados curados.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
Face a uma diminuição de novos doentes em cuidados intensivos e de contágios, alguns países começaram a desenvolver planos de redução do confinamento e em alguns casos, como Dinamarca, Áustria ou Espanha, a aliviar algumas das medidas.
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