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ES.COL.A: Despejo dos ocupas em Assembleia Municipal por iniciativa do PS

Ação de despejo dos ‘ocupas’, promotores do ES.COL.A, provoca críticas de vereadores do PS e Bloco de Esquerda. Correia Fernandes, representante socialista na Assembleia Municipal da Câmara do Porto, promete levar o assunto à próxima reunião. Os ‘ocupas’ utilizavam um espaço devoluto (a escola do Alto da Fontinha) para um projeto de integração social, mas a autarquia ordenou que fossem despejados. Operação policial culminou com sete detidos e edifício emparedado.

A Câmara Municipal do Porto avançou com uma ação de despejo dos ‘ocupas’, que desenvolviam o movimento Espaço Coletivo Autogestionado do Alto da Fontinha (ES.COL.A), na escola do Alto da Fontinha, espaço que se encontrava desocupado há cinco anos, desde que o estabelecimento de ensino foi desativado.

Sete elementos deste movimento acabaram mesmo detidos pela Polícia de Segurança Pública e foram encaminhados para a esquadra de Campo Lindo, onde prestaram declarações.

Esta ação provocou uma enorme revolta na comunidade local. Além de apreciarem o projeto de integração social, os cidadãos ficaram revoltados com os processos violentos da detenção por parte das autoridades.

Um dos elementos do ES.COL.A adiantou que o movimento estava, no momento da detenção, a promover uma “recuperação do edifício”, com o objetivo de “desenvolver um projeto educativo para as crianças do bairro”.

Depois do protesto de cidadania, chega a contestação política, com os vereadores do Partido Socialista e do Bloco de Esquerda a tecer fortes críticas ao executivo de Rui Rio, na Câmara Municipal do Porto.

“Este é um movimento sério que acolhe o nosso apreço, do ponto de vista social”, referiu o vereador do PS, Correia Fernandes, que prometeu levar o caso dos ‘ocupas’ a discussão em Assembleia Municipal, já na próxima reunião.

“O PS está contra esta desocupação violenta da antiga escola da Fontinha e lavrou um protesto. O projeto ES.COL.A era uma forma positiva de utilização de equipamentos municipais devolutos. Não se percebe também a razão deste silêncio do executivo da Câmara Municipal do Porto”, acrescentou.

Uma fonte da autarquia, em declarações à Lusa, justificou esta medida com o desenvolvimento de “um projeto específico com outras instituições da cidade”, que será levado a cabo naquele edifício.

Também o Bloco de Esquerda se manifestou contra a decisão de despejar os ‘ocupas’. Em comunicado, o partido refere que “nada justifica” a ação da autarquia. “Houve cinco anos de degradação, sem que a autarquia fizesse nada. E quando o espaço ganha vida, a autarquia aparece como a destruidora”, lamenta o Bloco.

“No momento em que um grupo de pessoas age, sem apoios públicos ou privados, e ergue um edifício abandonado no coração da cidade, criando um equipamento social que serve a comunidade, Rui Rio destrói”, pode também ler-se no comunicado.

Depois da intervenção da PSP, que destacou 30 agentes para a operação, a Polícia Municipal emparedou o edifício e selou o acesso ao mesmo. As autoridades terão mesmo apreendido registos de imagens que os membros do ES.COL.A tinham em arquivo.

Conheça o projeto no blog do ES.COL.A.

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