Nas Notícias

Era possível “amenizar” incêndios de outubro, admite a comissão técnica independente

O relatório da Comissão Técnica Independente (CTI) refere que “era possível encontrar soluções prévias” que pudessem ajudar a controlar os incêndios de outubro, mas… nada foi feito.

O resumo foi divulgado por João Guerreiro, o presidente da CTI, depois da entrega do relatório ao Parlamento, esta tarde.

“Havia capacidade para antecipar, mas isso não foi feito”, revelou o antigo reitor da Universidade do Algarve.

“Era possível encontrar soluções prévias de programação e de previsão que pudessem ter amenizado o que foi a expansão do incêndio” de 15 de outubro, o mais grave de todos desse mês, reforçou João Guerreiro.

Apesar de conhecida a informação meteorológica, que apontava para o risco de condições propícias ao fogo, já “estávamos a descontinuar” o posicionamento dos meios de combate, uma vez que a época de incêndios tinha sido dada como terminada, aponta o documento.

“Com aquelas previsões meteorológicas severas, justificar-se-ia uma chamada de atenção pública, com outros contornos, eventualmente semelhantes à situação vivida no mês de agosto, em que foi estabelecido o Estado de Calamidade Preventiva”, insistiram os técnicos.

A CTI concluiu ainda que os postos de comando operacionais “estavam desfasados na sua dimensão e complexidade, não conseguindo corresponder às necessidades exigidas pelo ataque”, desde o início bastante condicionado.

Dos incêndios de outubro, na região centro, resultaram 48 mortos.

O relatório da CTI foi entregue ao presidente da Assembleia da República instantes antes do gabinete de Ferro Rodrigues anunciar que este vai suspender funções para ser submetido a uma cirurgia.

Em destaque

Subir