Ciência

Equipa de cientistas descobre “super-Terra”com indícios de vida

Uma equipa internacional de cientistas, da qual faz parte o investigador português Nuno Santos, do Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço (IA), descobriu um novo exoplaneta, maior e mais denso do que a Terra, com características que fazem dele um “excelente candidato” para procurar sinais de vida e para o estudo da sal atmosfera.

Os investigadores classificaram este exoplaneta como uma “super Terra”, um planeta de tipo rochoso, que foi batizado por LHS 1140b. É 1,4 vezes maior que a Terra e orbita uma estrela anã vermelha que fica apenas a 39 anos-luz de nós.

O LHS 1140b está na favorável “zona habitável” em relação à sua estrela, o que lhe permite as condições necessárias para ter água líquida na superfície. Para além disto, pelas investigações feitas, este exoplaneta orbita a sua estrela a uma distância dez vezes mais próxima do que a Terra orbita do Sol, pelo que completa uma órbita a cada 25 dias.

“A distância a que o planeta está da sua estrela permite-nos calcular que a sua temperatura pode possibilitar a presença de água líquida à superfície”, afirmou Nuno Santos, investigador do pólo do Porto do IA, à agência Lusa.

Os cientistas também realçam que este novo exoplaneta está a uma distância muito próxima de nós, tornando-se na localização ideal para ser estudado com mais detalhe.

“Este é provavelmente o melhor candidato identificado até agora para se fazer nos próximos anos um estudo mais detalhado sobre a sua atmosfera, se ele de facto tiver uma atmosfera, e para mais tarde aí se procurarem as assinaturas químicas da vida, quando dispusermos das tecnologias para isso”, explica o investigador português.

“Esta é uma descoberta importante, porque estamos a falar de um planeta que à partida é rochoso, que está à distância certa da estrela para ter água líquida, embora ainda não saibamos se tem ou não, e que está relativamente perto daqui, o que nos vai permitir estudá-lo em detalhe durante os próximos 10 anos, usando o bom conjunto de instrumentos de observação que estão aí a chegar”, acrescentou.

Os cientistas vão utilizar o Telescópio Espacial Hubble, de modo a determinar com precisão a quantidade de radiação que atinge o LHS 1140b, permitindo definir melhor as características do exoplaneta.

Apesar de não ser muito maior do que a Terra, este exoplaneta tem 6,6 vezes mais massa, o que aponta para um planeta rochoso, com um denso núcleo de ferro. Os investigadores referem que o seu diâmetro poderá indicar que há milhões de anos poderá ter existido um oceano de magma, que libertou vapor de água para a atmosfera, permanecendo lá tempo suficiente para depois passar ao estado líquido.

O achado dos cientistas foi publicado esta terça-feira na revista científica ‘Nature’, através do artigo “A temperate rocky super-Earth transiting a nearby cool star”.

A equipa de cientistas é composta, para além de Nuno Santos, por investigadores de Espanha, França, Suíça, Austrália e EUA.

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