Depois da Organização Mundial de Saúde autorizar medicamentos não homologados para conter o avanço do Ébola, o Canadá anunciou a doação de uma vacina experimental. Entre 800 a 1000 doses serão testadas em pacientes humanos que aceitem recorrer ao tratamento.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) analisou a ética de permitir o recurso a tratamentos não homologados para conter a epidemia de Ébola, que já provocou a morte de mais de mil pessoas em quatro países da África ocidental. Depois de deliberar as condições para esse uso, o Canada avançou com uma oferta.
Rona Ambrose, a ministra da Saúde canadiana, anunciou que o país vai doar entre 800 a 1000 doses de uma vacina experimental contra o vírus, que provoca uma febre hemorrágica e atinge uma taxa de mortalidade de 90 por cento.
“Estou satisfeita por oferecer a vacina experimental desenvolvida por investigadores canadianos para ajudar a lutar contra o surto infeccioso do Ébola”, salientou a governante, em comunicado.
Para além de ser experimental (sem efeito comprovado cientificamente), a vacina foi fabricada em cerca de 1500 doses. Intitulada ‘VSV-EBOV’, demonstrou bons resultados nos testes com animais, o que abre a expetativa de um sucesso quando aplicada a humanos.
“O Canadá acredita que esta vacina experimental é um recurso global, pelo que estamos a partilhá-lo com a comunidade internacional, uma vez que temos uma pequena quantidade no nosso país”, acrescentou a governante.
A farmacêutica norte-americana BioProtection Systems adquiriu os direitos para a futura comercialização da ‘VSV-EBOV’ no mercado canadiano.
A BioProtection Systems é uma unidade da Newlink Genetics, o gigante farmacêutico que na semana passada assinou um protocolo, com o Governo dos EUA, para os ensaios em humanos de vacinas experimentais contra o Ébola.