Um movimento comparou 96 países para saber onde é melhor envelhecer e Portugal ocupa a 37.ª posição. Apesar da boa classificação na ‘segurança dos rendimentos’, os idosos portugueses foram penalizados pelas medidas de austeridade.
Como é envelhecer em Portugal? Uma das respostas é dada pelo movimento internacional HelpAge, que divulgou uma análise comparativa que engloba 96 países.
Analisando vários fatores, agrupados em quatro categorias, o estudo colocou Portugal na 37.ª posição do ‘Global AgeWatch Index’.
Envelhecer em Portugal não é tão bom como acontece no Equador, na Tailândia, no Chile e até no Panamá, mas é de longe muito melhor do que fazê-lo no Afeganistão (último da lista), em Moçambique, Cisjordânia ou Faixa de Gaza.
O ranking é liderado pela Noruega, onde os idosos beneficiam de pensões financiadas por um fundo petrolífero, pela taxa de emprego nos maiores de 60 anos e pela influência política de um Conselho dos Idosos.
O top 10 ficou completo com Suécia, Suíça, Canadá, Alemanha, Holanda, Islândia, EUA, Japão e Nova Zelândia.
No caso de Portugal, o documento alertou para o rápido envelhecimento da população. Os idosos com mais de 60 anos já representam 25,1 por cento do total, sendo a sexta percentagem mais alta do mundo.
Os prognósticos são ainda mais pessimistas: a manter-se a tendência atual, 40,8 por cento da população portuguesa em 2050 terá mais de 60 anos.
Se tal ocorrer, as estimativas apontam que só Japão (42,7 por cento) e Coreia do Sul (41,1 por cento) terão uma população ainda mais envelhecida.
No ranking deste ano, Portugal registou um equilíbrio na análise. As categorias ‘segurança de rendimentos’ (12.º lugar) e ‘estado de saúde’ (23.º), que englobam fatores como a cobertura das pensões, a taxa de pobreza, o PIB per capita e a riqueza relativa da população idosa (no primeiro caso), e a esperança de vida aos 60 anos e o bem-estar psicológico (no segundo), receberam apreciações positivas.
Ao invés, as medidas de austeridade impostas sobre os idosos levaram a que Portugal saísse penalizado nas outras duas categorias, ‘aproveitamento laboral e nível educacional dos idosos’ (com fatores como a taxa de emprego acima dos 60 anos e o grau de habilitações) e ‘ambiente favorável’ (ligações sociais, segurança, liberdade cívica e transportes públicos), o país terminou nos 79.º e o 51.º lugares do ranking.