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Entrevista: Pedro Salvador cumpriu objetivos com mais um título de Montanha

pedro salvador 1Pedro Salvador é sinónimo de campeão nacional de Montanha. Mas o piloto de Chaves é mais do que um ‘rei’ das rampas. O seu currículo fala por si, e numa altura em que se prepara para regressar assiduamente às provas de circuito, fala de mais um ano em que dominou e arrecadou mais um título.

“Faço um balanço extremamente positivo. Os objetivos foram cumpridos. Venci seis provas em seis participações, e a vitória em mais um Campeonato de Montanha”, começa por dizer o piloto flaviense.

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Mas terá sido título mais difícil de alcançar que os anteriores? Parece que não. “A readaptação às provas de Montanha correu da melhor maneira, apesar de ter iniciado o ano com muitos poucos quilómetros cumpridos ao volante do Juno consegui uma rápida adaptação ao carro e evoluir o ‘set up’no sentido de termos um carro cada vez mais competitivo”, esclarece.

A escolha do Juno para competir este ano foi, segundo Pedro Salvador, “baseada na competitividade do carro e pela limitação do orçamento que tinha disponível”.

Por isso não admira que o protótipo com que o piloto de Chaves ganhou o campeonato de Montanha não tenha sido o que mais lhe deu prazer conduzir: “O melhor carro em que competi foi, ainda este ano, o Porsche 911 GT3 R do António Nogueira com que participei no Open GT em Barcelona”.

E justifica: “Sob o ponto de vista de prazer de condução, tenho que escolher três carros muito diferentes. O Formula Ford, pela competitividade que se vivia na altura. O Juno na época de 2007 quando participei pela primeira vez no Circuito de Vila Real, onde o carro estava fabuloso. E o Porsche 911GT3 R, pela potência, travagem, etc. Todo um mundo novo que tive que aprender em três dias. Um desafio fantástico”.

Por detrás de um título está sempre uma grande equipa, e Pedro Salvador não a esquece: “A escolha foi fundamental para o sucesso nos resultados obtidos. A Martins Speed revelou-se um aliado precioso. Pela dedicação, empenho e profissionalismo que revelaram ao longo da época, e onde tenho que destacar o trabalho do engenheiro Nuno Magalhães, responsável pelo ‘set up’ utilizado , fundamental para que o Juno tenha tido a performance obtida”.

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Época com mais momentos altos do que baixos
A temporada teve para Pedro Salvador mais momentos altos do que baixos.

“Os pontos mais altos da época foram na Rampa da Capital do Móvel onde de forma consecutiva consegui bater o record da Rampa e a última prova, Rampa da Penha, onde confirmei o título.

Já o momento mais baixo foi na Rampa de Bragança, onde problemas com um pneu tornou a vitória uma missão muito difícil”, lembra.

O facto de em 2012 termos visto o piloto flaviense mais em provas do campeonato de Portugal de Montanha do que em provas além fronteiras explica-se apenas por questões financeiras: ”A opção do Campeonato de Montanha deveu-se a razões económicas. Qualquer competição no estrangeiro é mais dispendiosa além de que a opção nacional serve melhor o interesse dos meus parceiros”.

O domínio de Pedro Salvador em provas de rampa leva alguns especialistas a considerarem que nada mais tem a provar na disciplina, e que deveria encarar outros desafios. Algo que compreende, apesar de não estar completamente de acordo: “Entendo a opinião e concordo em parte, mas lembro que perante o orçamento disponível a minha escolha tinha que recair numa competição onde consiga o melhor retorno possível para os meus patrocinadores”, explica.

“A Montanha, nesse aspeto, e com o orçamento que tinha, revelou-se não só a única opção válida como a mais acertada. Desportivamente reconheço que não é a mais aliciante e eu mais ambicione outro tipo de competições. Tenho a consciência da dificuldade de obter os apoios necessários para que a mudança aconteça com a qualidade exigida”, justifica.

Depois de garantido o título de Montanha o piloto de Chaves aceitou um outro desafio; dividir um Porsche GT3 numa prova disputada no Circuito da Catalunha, em Barcelona.

“Foi o realizar de um desejo há muito ambicionado. Ainda por cima ao volante de um dos meus carros favoritos. Apesar do pouco treino que tive antes da prova, dediquei-me a 120 por cento para conseguir o melhor andamento possível e disfrutar do convite feito pelo António Nogueira”, lembra com satisfação.

“Foram muitos conhecimentos novos para aprender em pouco tempo, mas um desafio que me deixou muito satisfeito pelo nível de andamento que consegui obter. Cheguei ao final do fim de semana com a sensação de que esse era o momento em que se deveria estar a iniciar “, refere ainda a propósito.

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Depois desta experiência Pedro Salvador reconhece que ficou “completamente cliente”, e garante: “Vou aguardar por uma nova oportunidade para voltar a participar no Campeonato de GT. Resta-me agradecer imenso ao António Nogueira a oportunidade que me proporcionou onde espero ter estado à altura do desafio que me foi proposto. Foi uma honra ter sido seu companheiro de equipa após tantos anos em que fomos adversários”.

Para o próximo ano o piloto flaviense ainda não tem nada definido, embora adiante: “Para 2013 estou a trabalhar para conseguir os apoios necessários para participar no Campeonato de Portugal de Sport Protótipos. Essa é a minha primeira escolha”.

Fotogaleria:
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