O programa de entrega de medicamentos de proximidade do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), em vigor há três anos, tem crescido de forma significativa e prepara-se para ultrapassar os 300 doentes abrangidos em todo o país.
A informação foi dada à agência Lusa pelo presidente do conselho de administração do CHUC, Fernando Regateiro.
O Programa de Entrega de Medicamentos em Proximidade (PEMProx) permite aos doentes crónicos acompanhados pela maior unidade hospitalar do país escolherem a sua farmácia de proximidade para receber os medicamentos de prescrição exclusivamente hospitalar, evitando deslocações a Coimbra, despesas e faltas ao trabalho.
“Em vez de o doente vir buscar o medicamento ao hospital, o medicamento vai ter com o doente. Isto faz a diferença toda, se estivermos a pensar que este programa se destina a doentes com doenças crónicas, para quem o medicamento é para toda a vida”, salientou à agência Lusa o presidente do conselho de administração do CHUC, Fernando Regateiro.
O responsável frisou que, na ausência deste programa, o doente era obrigado a “uma deslocação mensal ao hospital para levantar o medicamento, sendo certo que, muitos meses, em que vinha buscar o medicamento não precisa de consulta”.
De acordo com Fernando Regateiro, o CHUC envia medicamentos para doenças como o HIV/SIDA, esclerose múltipla, hemofilia, transplantados hepáticos, renais e cardíacos – adultos e cardíacos – hipertrofia pulmonar e doenças raras pediátricas, e em doentes, inclusive, com nutrição parentérica.
O CHUC assume os custos de envio de medicamentos, através de uma empresa especializada e certificada pelo Infarmed, que garante a entrega dos fármacos a “100 por cento nas condições adequadas, sem perturbações de segurança”.
O investimento, segundo Fernando Regateiro, “é residual [umas centenas de euros por mês], e, além do mais, permite também programar de uma forma mais equilibrada o próprio trabalho da equipa farmacêutica e, naturalmente, reduzir o afluxo de doentes ao próprio hospital, vantagens muito grandes que é preciso valorizarmos”.
Até à data, 268 doentes de vários pontos do país, do Algarve a Trás-os-Montes e Ilhas recebem os medicamentos nas suas farmácias de proximidade, estando mais 78 em processo de entrada, embora o objetivo do CHUC seja chegar ao final de 2020 com 450 doentes crónicos abrangidos.
“Hoje já são os doentes que começam a pedir para entrar no programa, porque na verdade passam a palavra uns para os outros, pelo que vamos ter necessidade de corresponder cada vez mais a este programa e de o intensificar”, realçou o presidente do CHUC, salientando que, no futuro, será importante “criar uma linha própria de produção dos serviços farmacêuticos para a entrega de proximidade”.
Segundo José Feio, diretor dos serviços farmacêuticos do CHUC, o programa permite, em média, poupar 50 euros e 12 horas aos doentes do território continental. No caso dos doentes das ilhas, a poupança estende-se aos 700 euros e a 72 horas.
“Sessenta por cento dos doentes do hospital estão a uma distância superior a 40 quilómetros, que podem ser 400 ou 1.000. É sobretudo para doentes distantes ou com dificuldade de acesso que nós temos este programa”, complementou Fernando Regateiro.
Um inquérito realizado em maio demonstra o sucesso do programa, com 97 por cento dos doentes envolvidos a classificarem os serviços farmacêuticos de excelente ou muito bom, 95 por cento a considerarem excelente ou muito bom o programa de entrega dos medicamentos e 99 por cento a garantirem a chegada adequada dos medicamentos às suas mãos.
Por outro lado, 92 por cento das farmácias envolvidas manifestaram disponibilidade para receber mais doentes, 100 por cento elogiou a segurança do medicamento e nenhuma delas registou problemas na sua receção.
O diretor dos serviços farmacêuticos do CHUC, José Feio, destacou que o PEM/Prox é “um programa centrado no doente, que decide a sua adesão, escolhe a farmácia e levanta o medicamento”, além de, em menos de 24 horas, o receber na sua farmácia, “o que dá valor ao programa, embora o medicamento seja enviado com uma semana de antecedência para evitar interrupções na toma”.
“Precisamos que o país saiba que o Serviço Nacional de Saúde e o CHUC se preocupam com os seus doentes, procuram inovação, melhorar o atendimento e facilitar o acesso à terapêutica”, sublinhou Fernando Regateiro.
O programa envolve 125 farmácias comunitárias e três hospitalares, que aumenta à medida das escolhas e do aumento do número de doentes abrangidos.
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