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Empresário de sucesso ficou paralisado e quer agora acabar com a vida

tony_nicklinson_1Chama-se Tony Nicklinson, tem 58 anos, mas não pretende viver muitos mais. Após sofrer um derrame há seis anos atrás, o britânico deixou de ser um ser humano dinâmico e aventureiro, para passar a ser apenas um ser vivo. Vai pedir agora em tribunal que o deixem matar-se.

A eutanásia, um tema cada vez mais discutido em muitos países, é algo um pouco diferente deste caso, mas as circunstâncias não deixam por isso de ser as mesmas. Tony Nicklison era, até 2005, um homem cheio de vida. Tinha uma carreira de sucesso e era amante de vários desportos radicais. Numa viagem de trabalho, o homem de 58 anos sofreu um derrame cerebral e viu a sua vida mudar também ela de forma radical.

Desde então, Tony está paralisado em grande parte do corpo. Mexer apenas consegue os olhos. Porém, o seu cérebro está em perfeitas condições, ou seja, consegue pensar e ver tudo, falta-lhe a capacidade principal, a de agir, seja falar, andar ou simplesmente mexer-se. Esta rara condição humana tem o diagnóstico de Síndrome do Encarceramento.

Um sistema de alta tecnologia ajuda Tony a comunicar com o mundo. O homem de 58 anos classifica a sua vida de “humilhante e miserável”, e vai agora pedir aos juízes do Supremo Tribunal de Justiça que o deixem matar-se. Este caso acaba por ser diferente da eutanásia, onde uma pessoa é morta por terceiros. Nesta parte, que é classificada como suicídio assistido, o doente é que põe fim à vida. Mesmo assim, Tony precisa de uma aprovação especial, visto que a lei britânica não aprova a eutanásia nem o suicídio assistido.

Jane, a sua esposa, está com Tony nesta luta pela vida, ou pelo fim da mesma. Em entrevista recente a mulher afirma que viver assim é algo insuportável para o marido: “Se conhecessem a vida de Tony antes do derrame, entenderiam a decisão que ele está a tomar”, diz.

Mesmo que não consiga o que pretende, Tony já ganhou o direito a apresentar o caso ao Supremo. No entanto, dificilmente o britânico conseguirá que os juízes abram uma exceção visto que seria uma decisão tomada contra a lei.

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