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Empregada casada com patrão de 101 anos vê testamento anulado

Uma mulher de Bragança que trabalhava na casa de um homem de 101 anos, e com ele casou, viu agora o testamento ser anulado pelo tribunal, que deu por provado que o idoso não estava na posse de todas as suas faculdades quando se casou.

Três dos quatro filhos do homem não se conformaram com o testamento deixado pelo pai e avançaram para tribunal, justificando que o pai não estava na posse de todas as suas faculdades quando casou, aos 101 anos, com a empregada da casa, que reclamava agora o direito a receber metade de uma herança no valor de dois mil euros.

Rita Monteiro casou com Francisco Marcolino a 4 de maio de 2017, quando o idoso tinha 101 anos de vida.

O matrimónio teve lugar na Conservatória de Ribeira de Pena, a mais de 150 quilómetros do local onde moravam e a 10 de maio desse ano foi lavrado no Cartório Notarial de Vieira do Minho o testamento.

O idoso, que morreu em julho de 2017, esteve casado cerca de dois meses com Rita Monteiro, hoje com 53 anos, que vê agora o tribunal anular o testamento que lhe dava direito a ser herdeira do falecido patrão.

Da herança, Rita Monteiro – que trabalhava há mais de 30 anos na casa da família – teria direito a uma parte no valor de 667 mil euros (que o testador pode entregar a quem entender) e depois uma parte como herdeira juntamente com os filhos de Francisco.

Com o testamento deixado por Francisco Marcolino, Rita Monteiro, que alegava viver uma relação com o idoso desde que a mulher deste morreu – teria direito a cerca de metade de dois milhões de euros (em bens e dinheiro) que o milionário idoso deixou.

Na decisão do tribunal, a que a Lusa teve acesso, é´descrito que de forma “abundantemente” o idoso “não poderia compreender o alcance” do compromisso assumido e que “não poderia querer dispor da forma que o fez com a liberdade de decisão que já havia há muito perdido”.

A decisão ainda é passível de recurso.

Além deste processo, as partes devem voltar a tribunal mas num caso onde a empregada é acusada de abuso de confiança.

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