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Empatia entre cães e donos provada num bocejo contagiante

cao1Um trabalho que analisa o contágio de um bocejo numa relação entre o cão e o seu dono permitiu perceber que esse simples bocejo é revelador de empatia. Segundo uma investigação do ICBAS, da Universidade do Porto, o ser humano e o fiel amigo podem estar unidos por diversos comportamentos que consideramos banais.

Um simples bocejo humano, aos olhos de um cão, não é apenas uma necessidade do humano em aumentar a circulação sanguínea no cérebro, para combater o sono. É um comportamento contagiante, que prova a empatia do cão pelo seu dono.

Anteriores estudos demonstravam que a sensibilidade ao bocejo e as reações de empatia seriam suscitadas pelos mesmos ciclos neuronais.

Por exemplo, uma pesquisa finlandesa sobre o cérebro (a primeira a reconhecer um sinal neurofisiológico do contágio do bocejo) confirmou que esse contágio é em grande parte inconsciente, pela desativação de parte do hemisfério esquerdo do cérebro, que tem relação com a análise das expressões faciais inconscientes.

Os cães também reagem de modo semelhante. Mas uma equipa de investigadores do ICBAS (Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar), da Universidade do Porto, quis ir mais além e tentar provar esta teoria, num trabalho que vai merecer honras de publicação na revista Animal Cognition, uma revista sobre a inteligência animal.

E perceberam que os cães bocejam mais “quando ouviam o bocejar dos seus donos”, em comparação com o bocejo de desconhecidos”, de acordo com declarações da investigadora Joana Bessa à agência Lusa.

Apesar das conclusões deste estudo, que contou com as colaborações de Karine Silva e Liliana de Sousa, que provam que os cães reagem ao bocejar do dono de modo particular, este trabalho não é o termo do estudo, mas abre caminho para novas investigações.

Neste estudo do ICBAS, participaram 29 cães, que ouviram sons de bocejos, sem contacto visual com os autores dos mesmos. Diferentes pessoas bocejaram, ao longo de sete dias. Sempre que os donos bocejavam, os cães eram contagiados.

De acordo com Joana Bessa, esta eventual empatia pode verificar-se noutros animais, mesmo que não tenham uma relação de proximidade com o dono semelhante ao cão.

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