O chefe da guarda presidencial não esclareceu se a informação dada pela imprensa, dias antes, sobre um alegado cancro no pulmão. Apenas confirmou que a doença estava incontrolável e em fase avançada. A morte de Chávez era um dado praticamente adquirido, apesar de todos os esforços dos médicos.
“Hugo Chávez foi tratado pelos melhores médicos do mundo. Mas o presidente sofreu muito. No dia 8 de dezembro, quando falou aos venezuelanos, ele sabia que não teria grande esperança de sobreviver, depois da operação”, realça José Ornella à AP.
A origem da doença do presidente da Venezuela, segundo Ornella, está nos “inimigos da Revolução Bolivariana”, entre os quais os EUA. Esta teoria tem sido difundida pelo governo e pelo vice-presidente Nicolás Maduro.
“Penso que passarão 50 anos até que eles desclassifiquem um documento. Penso que a mão do inimigo esteve envolvida”, disse o general Ornella, em tom misterioso, com a certeza de que a morte de Hugo Chávez um dia será esclarecida.
Hugo Chávez morreu anteontem, aos 58 anos, em Caracas. O funeral está marcado para amanhã.
O fim de vida, a crónica de uma morte anunciada, não representa o fim de Chávez. Os efeitos desta derrota do comandante já se fazem sentir, com o acentuar das cisões políticas na Venezuela e o aumento do ódio aos EUA.