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Marcelo defende “alguma limitação da soberania” em problemas comuns como o clima

O Presidente da República expressou hoje preocupação com o combate às alterações globais, considerando que está a haver “um retrocesso” na concertação global e que “tem de haver alguma limitação da soberania” perante problemas comuns.

“Quando se trata de problemas de todos, em todo o mundo, tem de haver alguma limitação da soberania – porque aquilo que alguns não fazem é pago pelos outros todos, não é pago apenas por esses que deixaram de fazer”, afirmou.

Marcelo Rebelo de Sousa falava durante mais uma edição do programa “Cientistas no Palácio de Belém”, que arrancou hoje, com uma sessão que juntou o especialista em alterações climáticas Filipe Duarte Santos, que preside ao Conselho Nacional do Ambiente e do Desenvolvimento Sustentável (CNADS), e alunos do ensino secundário.

No final da sessão, perante os estudantes de escolas de Ponte da Barca, no distrito de Viana do Castelo, e de Portalegre, o chefe de Estado disse-lhes que a exposição de Filipe Duarte Santos sobre a evolução do clima na Terra e dos recursos naturais era “uma chamada de atenção” sobretudo para os jovens como eles, que “vão viver mais tempo”.

Depois, elogiou o progresso de Portugal nesta matéria, referindo que, “independentemente dos governos, independentemente dos presidentes, tem caminhado sempre na mesma direção”, mas salientou que o combate às alterações climáticas exige “um trabalho em conjunto”, desde logo, nas Nações Unidas.

“O que é preocupante hoje é que deu tanto trabalho chegar a esse ponto, e hoje estamos a viver um recuo, um retrocesso. Há países cujos governantes dizem: não, isto é o meu problema, eu é que decido as emissões que posso ou não fazer, eu não respeito aquele acordo que foi celebrado, porque trava a nossa indústria, trava a nossa economia”, acrescentou.

Sem nomear ninguém, o Presidente da República referiu que “isto começou a multiplicar-se, apareceu um, depois apareceu outro, depois apareceu outro” governantes a “trocar o que se chama uma visão multilateral, que envolve todos para resolver problemas de todos, por uma visão unilateral”.

“Esta visão é gravíssima, porque é apelar ao egoísmo”, lamentou.

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