A manutenção de uma elevada dívida pública é um “constrangimento ao crédito” para Portugal, ainda que não se espere um agravamento desta situação nos próximos tempos, segundo a agência de ‘rating’ Moody’s.
Num relatório hoje divulgado sobre a perspetiva para os países da zona euro este ano, a empresa referiu que tanto Portugal como Espanha e Itália estão entre os países cujo elevado nível de dívida pública pode complicar esforços de financiamento.
Ainda assim, de acordo com a Moody’s, no universo dos países mais endividados, como França, Bélgica, Chipre, Grécia, Itália, Portugal e Espanha “todos com uma dívida pública superior a 90 por cento do PIB [Produto Interno Bruto] – apenas França, Itália e Espanha irão registar nenhum ou só um ligeiro decréscimo nos seus rácios de dívida”.
Portugal faz ainda parte do grupo de países da zona euro que a Moody’s espera que tenham uma ligeira redução de custos com juros no refinanciamento da dívida, em conjunto com a Áustria, Alemanha e Holanda.
Apesar destas perspetivas positivas, a Moody’s recordou que Portugal se mantém entre os países com mais riscos para as contas públicas devido aos bancos. “Mesmo em países como a Alemanha, França e Holanda, estamos a registar eventos relacionados com o sistema bancário como fator-chave de risco, ainda que em níveis mais baixos”, realçou a agência.
No geral, a Moody’s avalia a situação da zona euro como “estável” e “apoiada num crescimento ainda saudável”.
Numa nota, a empresa recordou que “a maioria das ações de ‘rating’ de 2018 foram positivas e, atualmente, 15 países da zona euro têm um ‘outlook’ [perspetiva] estável, enquanto quatro contam com um ‘outlook’ positivo”. Pela primeira vez desde 2007, nenhum país conta com uma perspetiva negativa”, realçou a agência.
Citado nessa nota, o vice-presidente da Moody’s, Steffen Dyck, referiu “ainda que o crescimento económico na zona euro deva desacelerar em 2019, manter-se em 1,9 por cento, robusto o suficiente para apoiar o financiamento”.
No entanto, para este responsável, “tensões crescentes no comércio e uma economia global em desaceleração estão entre os riscos externos mais fortes às condições macroeconómicas benignas” que estimam para a zona euro este ano.
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