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Editores, delegados e chefes de redação da Lusa contra corte imposto pelo Estado

Os chefes de redação, editores, editores-adjuntos, coordenadores e delegados da agência Lusa rejeitaram hoje qualquer corte em pagamentos ou na rede de correspondentes, na sequência da redução de 462 mil euros imposta pelo Estado.

“Em causa está a continuidade de dezenas de colaboradores, fundamentais para o trabalho da agência na cobertura de temas tão importantes e diversos como incêndios florestais, eleições, autarquias, atualidade dos países de língua portuguesa e comunidades no estrangeiro, competições desportivas ou eventos culturais”, lê-se no comunicado divulgado hoje aos trabalhadores.

No documento, 62 jornalistas com cargos de chefia, edição e coordenação alertam para “os graves riscos de perda de qualidade e abrangência do serviço noticioso e para o consequente incumprimento do contrato de prestação de serviço público a que a empresa está obrigada”.

Os acionistas da Lusa aprovaram em assembleia-geral no dia 19, entre outros pontos, o Plano de Atividades e Orçamento, depois de a sua votação ter sido adiada sucessivamente desde março.

Nessa reunião magna, o acionista Estado fez uma declaração de voto no qual impôs um limite de 3,630 milhões de euros na rubrica de Fornecimentos e Serviços Externos (FSE), o que representa um corte de 462 mil euros, menos 11 por cento do que estava aprovado pelo Conselho de Administração.

Em comunicado divulgado hoje, a Comissão de Trabalhadores (CT) afirmou que a decisão imposta pelo Estado é “um golpe cruel na motivação” de quem trabalha na Lusa.

“Semanas depois da integração de precários e de regularizações salariais (adiadas há uma década), o Governo diz à Lusa que, em ano eleitoral, é preciso despedir jornalistas em Portugal. Isto num ano de eleições legislativas, e pouco tempo antes do arranque da campanha. Sem o trabalho destes jornalistas silencia-se uma parte do país onde a Lusa é o único órgão de comunicação social presente para lhe dar voz”, sublinhou a CT, apelando a uma mobilização de todos os trabalhadores.

No dia 19, os órgãos representativos dos trabalhadores (ORT) da Lusa juntaram-se numa posição conjunta contra o corte “inaceitável”, alertando que “levará a uma brutal perda da qualidade do serviço” e a despedimentos de jornalistas.

A rubrica dos Fornecimentos e Serviços Externos “paga muita da atividade diária jornalística da agência, incluindo salários de correspondentes e avençados, nacionais e internacionais, que agora poderão ver-se no desemprego”, sustentaram os ORT.

Nesta terça-feira, o presidente do Conselho de Administração da Lusa, Nicolau Santos, anunciou que não vai cumprir a aplicação daquele corte, considerando que ameaça o funcionamento da agência de notícias.

“Se não houver qualquer evolução nesta decisão, então é evidente que pela primeira vez em duas décadas a Lusa não cumprirá o Plano de Atividades e Orçamento, sujeitando-se o presidente do Conselho de Administração às respetivas consequências”, lê-se num comunicado assinado por Nicolau Santos e distribuído aos trabalhadores da agência de notícias.

O Sindicato dos Jornalistas e o Bloco de Esquerda já questionaram os ministérios da Cultura e das Finanças sobre este corte de quase meio milhão de euros imposto pelo Estado.

Lusa

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Lusa
Etiquetas: Agência Lusa

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