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Ébola apanhou na Serra Leoa o maior adversário: o médico Omar Khan

omar khanO maior surto de ébola em África matou o maior adversário. O virologista Sheik Omar Khan, considerado um herói nacional na Serra Leoa, morreu ontem no hospital, após uma semana a tentar combater a infeção. “Tenho de admitir que tenho medo”, confessara o médico, em junho.

Um dos médicos mais ativos contra o surto de ébola em África, que já se tornou no maior de sempre, morreu ontem devido à doença que tanto combateu.

“O doutor Omar Khan morreu às 14h00” (mais uma em Portugal continental), afirmou Brima Kargbo, chefe de serviços de saúde da Serra Leoa, citado pela Reuters.

Sheik Omar Khan, de 39 anos, era um “herói nacional” no país, como lembrou a ministra da Saúde, Miatta Kargbo, citada pela AFP: “esteve meses a trabalhar 12 horas por dia para salvar pessoas, num sacrifício formidável”.

O virologista, que ajudou mais de 100 pessoas a superar o ébola, foi infetado este mês. Na semana passada, deu entrada na ala de tratamento dos Médicos Sem Fronteiras (MSF), mas o combate terminou ontem.

Omar Khan liderava um centro de tratamento contra a febre hemorrágica em Kenema, uma das regiões da Serra Leoa das mais afetadas por um surto que já se tornou na maior epidemia de ébola de sempre.

Na última entrevista que concedeu (em junho), à Reuters, reconhecia os perigos de combater a doença: “tenho de admitir que tenho medo pela minha vida, porque prezo-a. Os trabalhadores de saúde estão mais sujeitos a apanhar a doença porque são os primeiros a serem contactados por alguém que a tem. Mesmo com todo o vestuário de proteção estamos em risco”.

O médico é uma das mais recentes vítimas mortais de um surto que já se expandiu da Guiné-Conacri para a Libéria e a Serra Leoa.

Nas contas da Organização Mundial da Saúde, esta epidemia já matou 672 pessoas, estando infetadas 1201.

“Esta epidemia não tem precedentes. Não está controlada, a situação agrava-se e ameaça estender-se ainda mais, sobretudo na Libéria e Serra Leoa, com focos muito importantes. Se a situação não melhorar muito rapidamente há um risco real de ver novos países atingidos”, alertou Bart Janssens, diretor de operações dos MSF.

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