Mundo

Ébola: 219 mortos e 386 casos de contágio na RDCongo até 20 de novembro

O número de mortos por contaminação de ébola nas províncias de Kivu Norte e Ituri, no leste da República Democrática do Congo (RDCongo), aumentou para 219 desde 01 de agosto, divulgou hoje a Organização Mundial de Saúde (OMS).

Dados da OMS indicam que 10 pessoas morreram entre 13 e 20 de novembro, a maioria na província de Kivu Norte, nas localidades de Beni, Mabalako, Butembo e Katwa.

Desde que a epidemia foi declarada a 01 de agosto até 20 de novembro, registaram-se 96 mortos em Beni, 52 em Mabalako, 22 em Butembo e 17 em Katwa.

Em Mandima, na província de Ituri, o número de mortos fixou-se em 12 até à passada terça-feira.

Os casos de contágio – a grande maioria confirmados – continuam também a aumentar: de 333 em 13 de novembro passou para 386 nos sete dias subsequentes.

No distrito de Boikene, a OMS, o Ministério da Saúde da República Democrática do Congo e organizações não-governamentais tiveram de suspender as operações durante dois dias, depois de um ataque de um grupo armado.

Os rebeldes atacaram uma base da Missão das Nações Unidas para a Estabilização da RDCongo localizada a norte de Beni, perto das residências do pessoal da ONU destacado para aquela região para as operações no âmbito do combate ao Ébola.

A região de Beni tem sido palco de ataques contra civis perpetrados pelo grupo armado das Forças Democráticas Aliadas (ADF), o que complica a resposta sanitária.

A epidemia de Ébola na RDCongo foi constada em Mangina, nas províncias de Kivu Norte e Ituri.

Desde que foi declarada a epidemia, em 01 de agosto deste ano, o vírus alastrou até perto da fronteira com o Uganda, país que, para prevenir, realizou um programa de vacinação de funcionários na fronteira com a RDCongo, atravessada diariamente por centenas de pessoas, num trânsito normal.

Até 04 de novembro, 26.687 pessoas, 7.006 crianças, foram vacinadas na República Democrática do Congo, incluindo 9.105 elementos de organizações de socorro, governamentais e não-governamentais.

Nos últimos meses, a ONU inquietou-se com o risco de propagação da epidemia ao Burundi, Uganda, Ruanda e Sudão do Sul.

Resolução do Conselho de Segurança da ONU, em 30 de outubro, instou estes países africanos a reforçarem as capacidades operacionais para lutar contra a doença, em total cooperação com a OMS.

Proposta pela Suécia, a resolução, aprovada pela unanimidade dos 15 estados-membros, reconheceu o perigo de saúde regional do vírus de Ébola na República Democrática do Congo.

A epidemia de Ébola é já a maior da história na República Democrática do Congo relativamente ao número de contágios, assumiu já o Governo.

Segundo o ministro da Saúde, Oly Ilunga Kalenga, a presente epidemia ultrapassou em casos e mortos a primeira no país, registada em 1976.

Posteriormente, a epidemia da República Democrática do Congofoi atingida mais oito vezes pelo Ébola.

Em 1995, o vírus do Ébola, que se transmite por contacto físico através de fluidos corporais infetados e que provoca febre hemorrágica, provocou a morte a 250 pessoas na cidade de Kikwit, na província de Kwilu, no sudoeste.

“Nenhuma outra epidemia no mundo tem sido tão complexa como a que estamos a experimentar atualmente”, afirmou Ilunga Kalenga, recordando também a rejeição, as ameaças e as agressões habitualmente enfrentadas pelas equipas médicas e humanitárias que trabalham nas províncias de Kivu Norte e Ituri.

Em destaque

Subir