“É revoltante a pressão que fazem”, reage Vieira
Luís Filipe Vieira, presidente do Benfica, abordou hoje a atualidade encarnada, numa entrevista concedida à BTV a propósito do 117.º aniversário do clube.
Pressionado pelos maus resultados e pelo movimento de adeptos que pretende a sua saída, Luís Filipe Vieira respondeu aos seus críticos, insistindo que o Benfica vai lutar pelo primeiro lugar do campeonato “enquanto for matematicamente possível”.
O dirigente assumiu total responsabilidade pelo momento conturbado da formação orientada por Jorge Jesus, garantindo que o treinador vai continuar, até porque “tem contrato” e é o técnico “que mais títulos conquistou neste clube”.
A propósito da crescente contestação interna, Vieira lembrou que foi eleito “há quatro meses”, tendo recebido o voto de “dois em cada três sócios”
“Não faz sentido nenhum. Os críticos normalmente falam no penta [do FC Porto], mas nunca falam do nosso tetra, que só foi possível porque houve estabilidade e união. É revoltante a pressão que fazem. É preciso entender que há alturas em que não se ganha. Temos de estar unidos na vitória e na derrota, se não levam-nos para o passado”, comentou.
Na entrevista, Vieira lembrou ainda o caso do jogo não adiado com o Nacional, deixando uma acusação ao clube madeirense: “Se lhes emprestasse o Diogo Gonçalves já adiavam”.
O presidente do Benfica defendeu ainda o planeamento da época desportiva, rejeitando qualquer alegada discordância com o treinador a nível do plantel.
“Quando contratámos Jorge Jesus, não houve um jogador [sugerido pela estrutura] que ele não dissesse que sim. Fez uma pressão fantástica, ‘este não pode falhar’, contratámos o Everton, que toda a gente conhece. Darwin, um pedido do treinador, foi o Rui Costa de propósito a Almería para contratá-lo. Gilberto, outro pedido, foi contratado. Muita gente que está a criticar agora dizia que o Benfica ia passear este campeonato”, salientou.
A fechar, Luís Filipe Vieira falou ainda das ameaças de quem tem sido alvo: “Tenho sido vítima de uma falta de respeito, para não dizer uma pulhice… Há coisas que se têm dito ultimamente que revoltam. Vi há dias um programa de duas horas e meia a desancar no Jorge Jesus. O que revolta são os oportunistas que se dizem benfiquistas e vão para ali dizer mal do Benfica. Não vão brincar mais com isto, se for preciso eu vou denunciar. Comigo, ninguém vem aqui assaltar [o poder]. Aquele que vier a seguir a mim tem que pensar que nunca mais a família tem descanso, vai passar pelo pior que pode passar”.